Não temos verba para VLT, diz Maggi
Um dos principais defensores da implementação do modelo de transporte coletivo Bus Rapid Transit (BRT) em Cuiabá e Várzea Grande, o presidente da Subcomissão Permanente de Acompanhamento da Copa do Mundo de 2014, senador Blairo Maggi (PR), dá um "puxão de orelha" nos organizadores dos preparativos do evento nas 12 cidades-sede. "Não temos mais tempo para ficar discutindo e enrolando. Todas as cidades-sedes têm o mesmo problema, não encontramos nenhuma cidade que tenha deslanchado nas obras, muito pelo contrário", reclama o republicano.
Apesar de garantir que não está preocupado com as dívidas, mas em deixar um legado para as cidades, o senador também critica os organizadores das partidas nas 12 cidades-sede pelo não cumprimento da matriz de responsabilidade da Fifa. Dentre outras coisas, o termo prevê a construção de corredores exclusivos para ônibus, nos moldes do BRT.
Maggi mantém certo distanciamento das discussões, que rendem polêmica devido à pressão de lideranças políticas pela escolha do VLT como, por exemplo, a do presidente da Assembleia, José Riva (PP). O progressista sustenta que o veículo sobre trilhos é mais confortável que o BRT, além de ser ecologicamente correto.
Ex-governador, responsável pela criação da Agecopa, Maggi sustenta que o Estado não tem R$ 1 bilhão necessário para viabilizar o VLT a tempo. Enquanto isso, o governo federal já avalizou o empréstimo dos R$ 500 milhões para a implementação do BRT em Cuiabá e Várzea Grande pelo BNDES.
Diante disso, Maggi evita o debate acalorado e cobra bom senso. "Não se trata de ser mais ou menos apaixonado por um model ou outro. Quem faz a mudança na matriz é o governo federal. A decisão tem que ser de bom senso. Nós não temos dinheiro para fazer o VLT. A longe tempo ele pode ser mais barato, mas inicialmente demanda investimento muito grande", avalia.
Maggi desconversa quando questionado sobre a audiência entre o governador Silval Barbosa (PMDB), o presidente da Agecopa, Eder Moraes, e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em Brasília, na última semana. Na ocasião, os gestores mato-grossenses solicitaram que Gleisi levasse a presidente Dilma Rousseff (PT) o pedido de mudança do modal, de VLT para BRT. A ministra vai emitir uma resposta na próxima segunda (15).
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