O episódio aconteceu na quinta-feira (4). Vinte e duas crianças e 16 adultos almoçaram o prato servido e foram levados a um posto de saúde. A Secretaria de Educação informou, anteriormente, que as pessoas passavam bem.
Durante a investigação do caso, o delegado informou que a merendeira tinha prestado depoimento na quinta-feira (4) e confessado o envenenamento. "Ela vai responder por tentativa de homicídio qualificado. Faltam alguns detalhes para encaminhar amanhã [quinta-feira] o relatório com o indiciamento", disse o delegado.
A prisão preventiva da merendeira foi decretada pela Justiça no final da noite de sexta-feira (5). "Ela é considerada foragida", disse Santos.
O advogado da merendeira, Leandro Pereira, afirmou que ela também foi envenenada e não confessou ter colocado veneno de rato encontrado na comida da escola, conforme divulgou a Polícia de Porto Alegre. “Ela jura que não cometeu nenhum crime. A alegação dela é que esse depoimento foi forjado, porque ela é pobre e negra. Ela disse que não confessou nada, que é perseguição e que ela assinou o depoimento sob coação, porque o delegado disse que, se não assinasse, ela nunca mais veria o filho de três anos e iria ser trancada em uma cela.”
Segundo o delegado, a merendeira teria dito, no depoimento, que não sabia o motivo de ter envenenado a refeição, que não tinha planejado, e nem pretendia matar ninguém. “Esse argumento da defesa é antigo e completamente em desuso. Ela confessou para a polícia e para a imprensa, disse que comeu o veneno. Mas que não sabia o motivo. Na minha opinião é uma pessoa mentalmente perturbada”, disse.
Ainda conforme o delegado, a merendeira já tentou cometer suicídio, foi dispensada de outra escola por comportamentos estranhos e, segundo depoimentos dos outros funcionários, ficou sozinha na cozinha onde a comida foi envenenada por cerca de uma hora.
Liberdade e defesa
O advogado da merendeira entrou com pedido de revogação da prisão preventiva e afirmou que a cliente somente irá se apresentar quando o Tribunal de Justiça relaxar o decreto de prisão. “Ela também foi envenenada e atendida no mesmo pronto socorro para onde todos foram levados. Ela não deu entrevista sobre nenhuma confissão. Eu a conheço desde a adolescência, é uma pessoa centrada, não tem nenhum desequilíbro”, completou.
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