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Sexta - 25 de Outubro de 2013 às 09:32

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Esquecer vem do latim "excadescere", que significa "cair para fora". Já lembrar vem do latim "memorare", que significa simplesmente recordar. Ambos os verbos, esquecer e lembrar, costumam ser irmãos bastardos quando uma separação acontece.

O que fazer com as memórias e emoções de uma relação que chegou ao fim é um desafio e tanto para homens como para mulheres. Esquecer, aliás, é algo que a atriz global Grazi Massafera terá que fazer após a suposta traição do até então marido e ator Cauã Reymond.   Viver a experiência do divórcio, inclusive, pode fazer até mal à saúde de ambos segundo um estudo norte-americano divulgado em janeiro de 2012.

Chamada "Síndrome do estresse do divórcio", a pesquisa realizada pela socióloga Hui Liu, da Universidade de Michigan, nos EUA, mostrou que as pessoas que viveram um divórcio tiveram mais problemas de saúde do que os que permaneceram casados. Para o estudo foram entrevistados 1.282 homens e mulheres com idade entre 25 e 83 anos por um período de 15 anos.

  A recomendação dos psicólogos para esquecer de vez um amor passa, sobretudo, pelo luto necessário para que as expectativas geradas na relação sejam definitivamente deixadas de lado. E este sofrimento não costuma diferenciar homens nem mulheres. Para Cristiane Pertusi, psicóloga clínica e psicoterapeuta familiar e de casais, as mulheres não são mais sensíveis ao fim de um relacionamento como diz o senso comum.   "O que pode dizer é que são, em sua grande maioria, mais emocionais, expressam externamente suas emoções, mas não é uma regra e sempre vai depender de características de personalidade, história de vida e individual.

Podemos dizer que os homens, por serem "treinados" a lidar com perdas e seus afetos de maneira menos explícita, demonstram menos ou com menor frequência", avalia Cristiane.   Para a psicóloga especializada em sexualidade, Juliana Bonetti, esta história de que o homem se recupera com mais facilidade que a mulher ao fim de uma relação é uma crença errônea. Ela ressalta que ambos sofrem e são sensíveis ao fim da relação e o que existe são formas diferentes de cada gênero lidar com a situação. "É possível que mulheres chorem mais que homens, pois para eles o choro sempre foi algo socialmente reprimido.

Seja como for, não cabem generalizações. Sensibilidade é uma característica individual e subjetiva independentemente do sexo", explica Juliana.    Por que aceitar que o relacionamento acabou é tão complicado? "O término de relacionamentos requer que as pessoas lidem com a perda, sejam capazes de viver a tristeza do rompimento do vínculo, elaborem o luto das expectativas frustradas do que ‘não aconteceu’ e sejam ainda capazes de ‘tirar seu investimento afetivo’ e direcionar isso para outras áreas de sua vida", comenta a psicóloga clínica e psicoterapeuta familiar e de casais Cristiane Pertusi.  

Quando o outro de repente nos falta é quando teremos que lidar com a frustração do término não apenas de uma relação, mas sim de um ciclo. "Temos que dar conta da realidade que se impõe perante nós, na qual não existe mais a possibilidade de concretizar aquilo que idealizamos na relação em questão e necessitamos recalcular os caminhos a seguir e as futuras escolhas. Isto demanda energia e força de vontade", explica a psicóloga especializada em sexualidade Juliana Bonetti.   Curar um velho amor com uma nova paixão resolve mesmo? Na opinião de Cristiane, isso pode resolver no momento, evitar sentir a dor e a perda, mas não evita a repetição de possíveis erros que tenham causado o fim.

Novos investimentos afetivos, diz a psicóloga, são importantes para superar tristezas, mas é importante que a pessoa não coloque outra paixão impulsivamente no lugar para evitar lidar com tristeza, impedir de avaliar seus erros na relação findada e até mesmo tapar o vazio deixado.   Juliana diz que se fosse fácil arrumar esta nova paixão até que ajudaria sim. Mas quando temos um amor, por mais antigo e mal resolvido que seja, estamos enlutados. Isto significa que não viramos a página e que não estamos disponíveis de alma para uma nova relação. "A cura da dor por um relacionamento que não vingou só acontece quando o indivíduo compreende que aquela pessoa não era tudo aquilo que se idealizou, e que a vida ao lado da mesma poderia não ser, de fato, a melhor opção", analisa.  

Como não alimentar a culpar pelo término da relação? "Compreendendo que se relacionar é estar com outra pessoa e que sempre vai existir o outro lado da questão. Não existe culpa por não ter conseguido corresponder às expectativas do outro. Cada um tem a sua parcela de responsabilidade no fim de uma relação, e se responsabilizar é muito diferente de se culpar", pondera Juliana Bonetti, psicóloga especializada em sexualidade.   Com que coisas as mulheres costumam se descuidar após o fim? "Pode ser que a mulher enfrente um período de luto e tristeza.

É possível que, durante esta etapa, ela descuide de sua aparência física e que passe o dia sem produção nenhuma. Este comportamento tem um significado e pode ser que essa mulher esteja dizendo que não está com vontade de ser desejada e que está fechada. Mas cuidar de si mesma se traduz em ter amor-próprio, e ter amor-próprio ajuda a melhorar a autoestima fazendo deste período crítico algo mais leve", recomenda Juliana Bonetti.  

Para Cristiane Pertusi, fazer uma autoavaliação de si, da relação e do parceiro pode ser um caminho para perceber que em um relacionamento existem os dois lados e que ambos acertam e erram em um relacionamento. "É possível dividir entre os parceiros, no término dos relacionamentos, os bônus e ônus", recomenda a psicóloga.  

Dica para sair bem é investir em si mesma e se redescobrir "A melhor maneira de recuperar a autoestima em meio ao turbilhão de emoções que acompanham a desilusão amorosa é investir em si mesma", recomenda Juliana. Ou seja, cuidar da rosa do seu jardim, buscar conforto nos amigos, se redescobrir. "Viver, sim, o luto pela relação que acabou, mas sem se fechar completamente. E o mais importante de tudo: ter paciência e aceitação! Não há ferida que o tempo não cure, não há dor de amor que dure eternamente", diz a psicóloga.   - See more at: http://www.24horasnews.com.br/noticias/ver/comportamento-homem-nao-supera-divorcio-antes-de-mulher.html#sthash.K1EJ0xlP.dpuf





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