Deucimar quer barrar CPI; Lúdio consegue mais uma assinatura
A medida adotada pelo vereador Deucimar Silva (PP) para barrar a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Cuiabá para apurar denúncias de corrupção na companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), instigou ainda mais o autor do pedido de inquérito, o vereador Lúdio Cabral (PT).
Alegando ter graves denúncias contra a diretoria da Sanecap, Deucimar apresentou um requerimento pedindo que três diretores da companhia, Frederico Carlos Soares Campos, Jaciro Maia Roque e Nelson Ribeiro Albuquerque Esteves, além do diretor-presidente Aray Fonseca (PTB), prestem esclarecimentos na Câmara. O documento foi assinado por 18 vereadores, com exceção de Lúdio, que defende a CPI.
Para o progressista, que pertence à base aliada do prefeito Chico Galindo (PTB), não há motivos para a realização do inquérito parlamentar. “Com o que eu vou entregar ao prefeito, ele vai poder analisar e tomar as devidas atitudes. Estou tomando o caminho certo, vamos pedir uma CPI baseados em que?”, questiona.
Segundo o parlamentar, são 196 minutos de gravações em arquivos de CD e MP3 e um calhamaço de notas fiscais que comprovam a irregularidade na aquisição de materiais. Ele chegou a citar um trecho da conversa em que o engenheiro Frederico Campos, no que ele classificou como bom exemplo, alertava servidores sobre as fraudes. “Ele dizia: Meus filhos, não façam isso, vocês estão clonando. Isso já foi pago, veio da Quálix”, declarou.
As fortes acusações, inclusive a de que Aray teria tentado intimidar Deucimar por telefone, dividiram os ânimos na Câmara. Enquanto a posição de que a diretoria deve prestar esclarecimentos é unânime, Lúdio conquistou mais uma assinatura para o seu requerimento de CPI.
Indignado com as denúncias, o vereador Toninho de Souza (PDT), fez questão de apoiar o petista. Além dele, Domingos Sávio (PMDB) já tinha apoiado a medida. Agora, Lúdio conta com três, das sete assinaturas necessárias para conseguir emplacar a CPI.
Deucimar, por sua vez, defende de que deve ser aguardado o prazo de cinco dias para que Galindo se posicione acerca das denúncias recebidas. “Se ele não fizer nada, aí sim sou favorável a instauração de uma CPI”, afirmou.
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