Aray desmente irregularidades e defende que MP analise licitações
Para comprovar que as supostas irregularidades denunciadas pelo vereador Deucimar Silva (PP) não passam de uma gravação forjada, o presidente da Sanecap, Aray Fonseca, afirma que vai encaminhar ao Ministério Público, na segunda (22), cópias de todos os contratos de licitação assinados durante sua gestão. "Vou me antecipar e pedir que o promotor Célio Furi analise todos os contratos", adianta.
Embora pondere que Deucimar nunca o ameaçou, diretamente dizendo que tornaria público o conteúdo das gravações, Aray considera que a publicação do áudio é uma tentativa de intimidação. O motivo seria a pressão que o vereador estaria fazendo para que um contrato com a empresa Luppa, de propriedade de sua esposa, fosse renovado com a companhia. "A esposa dele (Deucimar) foi diversas vezes na Sanecap conversar comigo e ele próprio me ligou", afirma Aray.
Segundo o presidente, não é possível renovar o contrato porque a empresa já presta serviços à Sanecap há cinco anos. "A lei não permite um novo aditivo como eles querem. Eu vou fazer uma licitação nova, transparente", enfatiza. Aray afirma ainda que vai ingressar com uma representação por calúnia e difamação contra o progressista e o Grupo Gazeta de Comunicação, responsável pela divulgação do conteúdo da fita. "A Gazeta está mentindo para a sociedade. Eles tinham obrigação de encaminhar o material a um perito antes de publicar as reportagens", reclama.
Ex-secretário de Saúde da Capital, Aray garante que chegou a entrar em contato com o superintendente do grupo e pré-candidato à Prefeitura de Cuiabá, João Dorileo Leal, para avisar que o áudio poderia ter sido adulterado. Conforme o presidente, a gravação, com mais de 3 horas duração, foi feita durante uma das primeiras reuniões após assumir o cargo com todos os diretores. Na ocasião, Aray afirma que foram citados casos de irregularidades de gestões passadas, constatadas pelo TCE. "Talvez pelo desespero de ter um candidato à prefeitura, eles manipularam o conteúdo de uma forma maldosa, dizendo que as irregularidades ocorreram quando entrei lá", avalia.
O presidente ainda ressalta que todos as irregularidades levantadas já passaram por investigações. "Contratos foram cancelados, fizemos sindicâncias. Não há irregularidades na minha gestão. Não assino nada sem que o departamento jurídico me dê seu aval. Alguns dizem que tenho até um excesso de zelo", enfatiza.
Aray explica que todas as reuniões semelhantes a esta são gravadas e que, na ocasião, quem fazia este trabalho era a jornalista Neila Barreto. Ela era responsável pela assessoria de imprensa da Sanecap e deixou o cargo logo após ele assumir. "Ela tem o áudio original. Agora quero saber onde ela está", ressalta.
Apesar de ponderar que a fita ainda não passou pela avaliação de um perito, Aray adianta que ele próprio identificou um corte na gravação. "Aos 8 minutos e 20 segundos dá para ver que tem uma emenda. Meu filho de 14 anos descobriu isso com um programa simples de computador. Imagina o que um profissional não é capaz de descobrir", avalia.
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