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Internacional
Terça - 23 de Agosto de 2011 às 07:27

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A batalha pelo complexo residencial do ditador Muammar Gaddafi será dura, mas ninguém no interior dos prédios terá chance de escapar, advertiram na noite desta segunda-feira os líderes dos rebeldes, que desde sábado (20) controlam mais de 80% de Trípoli, a capital da Líbia.

"Eu não imagino que o complexo de Bab al Aziziyah cairá facilmente, e eu imagino que haverá uma luta muito dura", disse Abdel HafizGoga, um dos porta-vozes do órgão político dos insurgentes, à emissora de TV Al Jazeera.

O paradeiro do ditador é incerto, embora o Pentágono acredite que ele ainda esteja no interior do complexo residencial.

Os edifícios --que já foram alvo de um ataque aéreo dos EUA em 1986-- têm sido bombardeados por jatos da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) nas últimas semanas.

Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um discurso nesta segunda-feira em apoio ao povo líbio no momento em que os conflitos pela saída do ditador Muammar Gaddafi do poder entram em sua reta final.

Obama reforçou que a situação no país ainda é incerta e os combates continuam, apesar de estar "claro que o regime de Gaddafi tenha chegado ao fim". Gaddafi deve renunciar "explicitamente" ao poder, disse.

  Sergey Ponomarev/Associated Press  
Rebeldes são vistos durante confrontos em Tripoli; Obama diz que era do Gaddafi se aproxima do fim
Rebeldes em confrontos em Tripoli; Obama diz que era do Gaddafi se aproxima do fim

Depois de uma campanha de bombardeio de mais de cinco meses da Otan, Obama disse que a situação chegou a um "ponto de virada" nos últimos dias. No entanto, segundo ele, há elementos do regime que continuam a ser uma ameaça.

Obama ressaltou que a coragem da população da Líbia foi imbatível e que a revolução no país pertence ao povo líbio. "Seus sacrifícios foram extraordinários", disse.

Segundo o presidente, os avanços dos opositores de Gaddafi mostram que a busca por "dignidade humana é muito mais forte que qualquer ditador".

Um porta-voz da Casa Branca afirmou que o presidente continua se opondo à presença de tropas terrestres americanas na Líbia. "[Esta posição] não mudou", disse Josh Earnest a jornalistas em Massachusetts, onde Obama está de férias.

  Sergey Ponomarev/Associated Press  
Moradores cumprimentam rebeldes nos arredores de Trípoli; Obama diz que Gaddafi precisa "deixar explicitamente" o poder
Moradores cumprimentam rebeldes; Obama diz que Gaddafi precisa "deixar explicitamente" o poder

Segundo Earnest, Obama se reuniu com seu conselheiro de segurança John Brennan nesta segunda-feira para se atualizar sobre os avanços rebeldes em Trípoli.

O porta-voz ressaltou que as autoridades dos Estados Unidos acreditam que Gaddafi continua na Líbia e que "não há informações" de que ele tenha deixado o país.

No domingo, Obama disse que o regime de Gaddafi chegou ao seu "momento decisivo" e que o "tirano" líbio deve partir para evitar um banho de sangue. O presidente também pediu em comunicado que os rebeldes respeitem os Direitos Humanos, preservem as instituições do Estado e sigam para a democracia.

"O regime de Gaddafi apresenta sinais de colapso. O povo da Líbia prova que a busca universal pela dignidade e pela liberdade é muito mais forte do que o punho de ferro de um ditador".

Está prevista para hoje uma reunião de Obama com sua equipe de segurança nacional em caráter de urgência para tratar da situação no país árabe, já que os rebeldes controlam boa parte da capital, Trípoli.

CASA BRANCA

Também nesta segunda-feira, o governo americano anunciou que não há evidências de que Gaddafi tenha deixado Trípoli após a chegada das tropas rebeldes, reiterando parcialmente informações divulgadas mais cedo pelo Pentágono.

"Esta é a melhor informação que temos", disse o porta-voz Josh Earnest a jornalistas. "Não há evidências que indiquem que ele se foi", acrescentou.

Gaddafi, que enfrenta a chegada das tropas rebeldes à capital, ainda está na Líbia, afirmou mais cedo o porta-voz do Pentágono, coronel David Lapan.

"Acreditamos que tenham permanecido no país. Não temos informações de que tenha deixado o país", disse Lapan a jornalistas.

As forças leais a Gaddafi controlam apenas uma parte da capital, onde os rebeldes entraram na noite de sábado (20), embora os enfrentamentos continuem hoje.

Os combates se concentraram claramente nos arredores da casa do ditador líbio, em Bab al-Aziziya, constatou um jornalista da AFP.

Gaddafi ainda estaria em sua residência, disse uma fonte diplomática à France Presse.

PARADEIRO DE GADDAFI

O líder do Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político da rebelião na Líbia, afirmou nesta segunda-feira que espera que Gaddafi seja capturado vivo.

  Louafi Larbi/Reuters  
Ditador Muammar Gaddafi passeia de carro no complexo Bab Al Azizia em abril; rebeldes cercaram o local
Ditador Muammar Gaddafi passeia de carro no complexo Bab Al Azizia em abril; rebeldes cercaram o local

Ele pediu ainda aos combatentes rebeldes que respeitem a lei e prometeu um julgamento justo para os membros do regime de Gaddafi. "Eu peço a todos os líbios que exerçam autocontrole e respeitem a propriedade e a vida de outros e que não queiram aplicar a lei com as próprias mãos", disse Mustafah Abdeljalil.

Jalil, contudo, não quis especular sobre o destino de um dos filhos de Gaddafi, Saif al Islam, capturado na tarde de domingo, e se seria entregue à corte internacional. Ele disse apenas que ele "está em mãos dos rebeldes e em um lugar seguro".

Apesar de existir uma ordem de busca e captura a nível internacional contra ele, o Tribunal Penal Internacional só pode atuar quando a Justiça do país envolvido não o faz ou renuncia de maneira explícita a julgar o acusado.

Hoje, a rede de TV Al Jazeera informou que dois corpos encontrados podem ser de Khamis, outro dos filhos do ditador líbio, e do chefe de inteligência do regime, Abdallah Senussi.

  Editoria de Arte / Folhapress  





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