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Polícia
Terça - 23 de Agosto de 2011 às 09:03
Por: Ronado Couto

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Reprodução

Um advogado acabou preso e algemado durante uma ação da Polícia Militar em Barra do Garças, 503 km de Cuiabá, após um desentendimento com tenente. A confusão aconteceu na central de atendimento da PM, quando os policiais registravam a prisão de dois menores acusados de participarem de um assalto à mão armada.

O tio de um dos acusados L.C.M.B, 16 anos, identificado como Renato, discutiu com o tenente João Paulo por discordar da operação policial e acabou trocando socos com o policial. O advogado Rogério Nóbrega da Silva, responsável pela defesa do menor, estava do lado de fora da central, resolveu entrar e se envolveu na discussão. Ele acabou sendo detido por desacato e desobediência.

O fato gerou revolta de familiares do menor e protesto também da subseção da Ordem dos Advogados (OAB) de Barra do Garças que foi acionada. O presidente Sandro Saggin e mais cinco advogados compareceram na delegacia exigindo a soltura do advogado.

Renato e Rogério afirmam que foram agredidos e já solicitaram o exame de corpo delito. Renato questionou o fato da polícia entrar na sua casa sem mandado de busca e apreensão e ter causado um trauma à família. Segundo o tio do garoto, a discussão iniciou quando questionou o tenente sobre o mandado. O advogado afirma que levou uma gravata e foi agredido pelos policiais quando tentou exercer sua função.

O tenente, por sua vez, nega a agressão e explica que os policiais usaram de força física para conter o ímpeto do advogado e do tio do adolescente que estavam transtornados durante o bate-boca na central. Sobre a situação de ter entrado na casa da avó do menor, o oficial explica que estava no flagrante da ocorrência atrás de objetos do roubo.

A confusão foi parar na delegacia, onde o advogado registrou uma ocorrência por abuso de poder e agressão contra o tenente. O delegado Wilson Villasboas ainda não se pronunciou sobre o caso e aguarda o exame de corpo delito.

O presidente da OAB-BG, Sandro Saggin, acredita que houve um excesso por parte da polícia em algemar o advogado e que a situação poderia ter sido evitada. “O profissional queria conversar com os seus clientes e foi impedido”, ponderou Sandro.

O tenente-coronel Paulo Costa acompanhou a polêmica e atribui o impasse ao fato de familiares e do advogado entrarem na central. “Família e advogado podem acompanhar a distância o trabalho da PM e podem pedir fiança na Polícia Civil, mas eles entraram em bate-boca com os policiais na condução dos detidos. E temos que deixar claro aqui que foram dois acusados de assalto que estavam armados e que bateram na vítima. Não são simples infratores. Eu entendo que os policiais não erraram na ação, mas vamos apurar se houve alguma coisa a Polícia Civil também vai se manifestar”, finalizou Paulo Costa.

O coronel Valdemir Barbosa pediu que o caso seja apurado e destacou que instituição e OAB precisam estar acima deste impasse e deixar claro a função de cada um. “Nós temos que exercer nosso papel de polícia em defesa do cidadão”, completou.

O menor ‘L’ é acusado de ter assaltado uma empresária no bairro Solar Ville, domingo (21), em companhia de outro menor J.C.M.C., 17 anos, levando jóias e dinheiro da residência. A dupla teria usado um revolver no assalto. ‘J’ já cumpriu pena socioeducativa de dois anos por ter assassinado o adolescente Borracha em 2009. A polícia suspeita do envolvimento destes menores em outros assaltos na cidade.






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