A Prefeitura de Cáceres, a 204 quilômetros de Cuiabá, deve ingressar na Justiça com uma ação indenizatória exigindo dos pais de oito adolescentes, com idades entre 13 e 16 anos, suspeitos de depredar mais de 200 cavaletes de água das residências da cidade, a reparação dos danos causados aos equipamentos.
A empresa responsável pela distribuição de água e tratamento de esgoto de Cáceres atribui aos adolescentes a depredação dos cavaletes. O dano estimado já chegaria a R$ 10 mil. À Polícia Civil, os adolescentes confirmaram que participaram dos atos de vandalismo.
Em entrevista ao G1, o gerente da empresa responsável pela distribuição de água em Cáceres, Paulo Roberto Ferreira, informou que as ações de vandalismo começaram no dia 28 de julho e seguiram até o dia 11 deste mês. Neste período, os adolescentes teriam destruído os 200 cavaletes nas residências de três bairros da região central da cidade. Ainda segundo Ferreira, a empresa arcou, até o momento, com todos os custos na reparação dos cavaletes, mas deve repassar à Prefeitura todos os custos.
Para o procurador-geral de Cáceres, Narionely Araújo Viegas, responsável pela ação indenizatória, os pais são os responsáveis pela conduta dos filhos e, por isso, os danos provocados ao patrimônio público terão que ser ressarcidos. “Os pais têm que vigiar a conduta dos filhos. Eles [pais] terão que arcar com os custos. Já na esfera criminal, o Ministério Público e a Justiça deverão decidir a quais penas esses adolescentes serão submetidos”, disse Viegas. O procurador explicou ainda que a ação será ingressada porque os atos de vandalismo “dificultaram a prestação do serviço público aos cidadãos”, salientou.
O delegado titular da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), Alex de Souza Cuyabano, já colheu o depoimento de todos os adolescentes. Ao G1, Cuyabano explicou que os adolescentes são oriundos de famílias da classe média de Cáceres, residem na região central e não possuem nenhum histórico de violência. “Eles confessaram o crime e disseram que eram orientados por um adolescente mais velho para depredar os cavaletes”, enfatizou o delegado.
De acordo com a Polícia Civil, os adolescentes danificavam os cavaletes com chutes. Os equipamentos alvo da depredação estariam em residências localizadas ao longo do caminho que os adolescentes utilizavam para ir à escola.
Punição
Todos os adolescentes suspeitos de participar dos atos de vandalismo estudam na mesma escola estadual de Cáceres. A diretora da unidade escolar, Sandra Correa da Costa, informou ao G1 que um dos adolescentes acabou suspenso de um projeto de handebol e outro foi expulso da escola.
A diretora da unidade ainda disse que todo o resto do grupo será monitorado e que os pais terão que apresentar à escola quais medidas tomaram em relação ao caso. Costa informou ainda que os atos de vandalismo não têm relação direta com a escola, mas que a unidade não poderia ficar omissa em relação ao crime. "Todo ato tem uma consequência. Esses adolescentes são de famílias esclarecidas, têm bons comportamentos", confirmou a diretora.
O caso seguirá para a Promotoria da Infância de Cáceres, que deverá se manifestar sobre o caso. O G1 procurou os pais dos adolescentes envolvidos nos atos de vandalismo, mas não conseguiu falar com nenhum deles.
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