“Tiraram 500 quilos das nossas costas”, desabafou Luiz Cláudio Anísio, pai do menino Guilherme Mezabara Anísio, de onze meses, após saber que uma medula óssea compatível com o filho foi encontrada no banco internacional de doadores. Guilherme tem uma doença congênita rara chamada Granulomatosa Crônica, que faz com que a criança não tenha nenhuma imunidade a bactérias e fungos. Isso significa que ele não pode ficar exposto a bactérias, porque não tem defesas contra elas.
Operação será feita em meados de outubro, em São Paulo. “Temos muito pouca informação sobre o doador, mas sabemos que ele é da Alemanha, jovem e está disposto a doar, tanto que ele compareceu para fazer a confirmação da compatibilidade”, disse. Guilherme completa um ano no dia 29 de agosto. “Melhor presente impossível”.
O menino já foi três vezes internado no hospital, duas com pneumonia, e uma com ostiomelite, uma inflamação óssea, que no caso de Guilherme atingiu a parte frontal do crânio. Por causa das doenças, um imunologista foi consultado, e, depois de diversos testes, descobriu-se o que estava deixando o bebê doente constantemente. Os pais descobriram a doença quando Guilherme tinha 7 meses de idade.
Guilherme durante uma das internações, aos sete
meses (Foto: Arquivo Pessoal/Luiz Cláudio Anísio)
Para a cura definitiva da doença, o pequeno Guilherme precisa do transplante de medula óssea. O menino foi cadastrado no banco de receptores brasileiro e internacional. “O banco tem 16 milhões de doadores. Desses, a gente achou um compatível. Quando fizeram a busca, a princípio, eram três opções, mas elas não se confirmaram. E essa outra levou muito tempo para se confirmar, teve algum problema na amostra. Estamos esperando há meses por essa notícia, que só se confirmou agora”, disse o geólogo.
O pai relatou também como será o processo de transplante em outubro. Segundo ele, Guilherme fará uma quimioterapia em São Paulo antes do transplante, para o que ele chamou de “matar a medula” do filho. Dois dias antes da operação, a coleta será feita na Alemanha e o material chega em até 48 horas para o procedimento. Guilherme ficará depois em uma ala especial para pacientes transplantados, por cerca de 40 dias, em isolamento total, e monitoramento, até que a nova medula volte a funcionar. “Depois de quatro meses voltamos para o Rio, e ainda precisaremos fazer um monitoramento mais ou menos por 8 meses. Ainda tem muita estrada pela frente, mas esta foi uma etapa muito importante, que foi achar um doador”, comemorou.
"O Guilherme está ligado na tomada a 220 volts. Ele está ótimo, super bem clinicamente, mas temos que fazer alguns exames para comprovar que ele está 100% mesmo. Estamos agora com essa ansiedade para resolver mais uma etapa. Estamos muito felizes", concluiu Luiz Cláudio.
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