Sem-terra desocupam fazenda de laranja da Cutrale
Agricultores sem-terra ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) desocuparam na manhã desta sexta-feira (26) a fazenda Santo Henrique, da Cutrale, em Borebi (SP).
A propriedade havia sido invadida na segunda-feira (22) como parte das ações da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, organizada pela Via Campesina, que reúne o MST e a CPT (Comissão Pastoral da Terra).
A Polícia Militar está fazendo uma vistoria na fazenda para verificar se houve danos. A mesma área já havia sido invadida pelo MST em 2009. Na época, os agricultores destruíram parte do pomar e depredaram máquinas agrícolas. O movimento diz que as depredações foram cometidas por "infiltrados".
A Justiça havia determinado a desocupação da fazenda em 24 horas, prazo que terminou na manhã de quinta-feira. Os sem-terra, no entanto, negociaram com a Polícia Militar para que pudessem deixar a fazenda até o meio-dia de hoje.
Os sem-terra seguiram em ônibus até Bauru. O movimento disse que cerca de 400 pessoas participaram da ação.
Os agricultores afirmam que a propriedade da Cutrale está numa área que pertence à União e que foi grilada no passado. Eles reivindicam que a propriedade seja destinada à reforma agrária.
A superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em São Paulo diz que a fazenda está numa área comprada pela União para assentar colonos estrangeiros no início do século passado.
A União já obteve uma decisão favorável na Justiça, que depois foi derrubada por outra decisão favorável à Cutrale. Segundo o Incra, a União deve entrar com uma nova ação na Justiça para tentar obter a posse da área.
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