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Política
Sábado - 27 de Agosto de 2011 às 07:36

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O Brasil deve começar a criar condições para reduzir a taxa de juros para evitar pressões contra o câmbio. A afirmação é do ex-presidente do BC (Banco Central) Armínio Fraga e atual presidente do Conselho de Administração da BM&FBovespa, que acredita que as providências tomadas pelo governo, como aumento de IOF para capital estrangeiro, são eficazes apenas no curto prazo.

Apesar da ameaça de deterioração das economias dos EUA e da Europa, Fraga defende que o país está em condições de prolongar seu ciclo de crescimento. "Essa crise recente pegou o Brasil numa posição muito mais saudável", afirmou nesta sexta-feira durante evento da Bolsa, que reuniu vários nomes importantes da economia nacional.

Ainda assim, ele afirmou que o governo precisa ser mais eficiente para construir um caminho gradual de redução de juros. "Esse é o melhor remédio contra a pressão que o país vive hoje na taxa de câmbio", disse Fraga.

Um dos motivos da forte entrada de capital estrangeiro é que companhias americanas e européias encontram em países como o Brasil maiores perspectivas de crescimento.

Mas, de acordo com o economista-chefe do Itaú-Unibanco e ex-diretor de política fiscal do BC Ilan Goldfjan o Brasil continuará sendo um país caro por conta do real forte. "Os brasileiros ainda vão poder ir por um bom tempo para Miami", ironizou Goldfjan.

Para o ex-presidente do BC Gustavo Franco, também presente no evento, o país só conseguirá diminuir sua taxa de juros quando resolver o superávit primário - recursos destinados ao pagamento de dívidas. "Da maneira como o governo tem manipulado o superávit primário, incluindo empresas estatais para não ficar no vermelho, ninguém mais no mercado acredita na política fiscal", disse Franco.

Quanto maior o superávit primário, mais alta é a confiança do mercado com relação à capacidade de pagamento, facilitando a queda dos juros.

O secretário de política do Ministério da Fazenda, Marcio Holland de Brito, porém, não deu indicação de cortes da taxa de juros, preferindo reafirmar que a inflação estará no centro da meta até maio de 2012.






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