Diretor de redação do "Globo" morre aos 49
Morreu na tarde deste sábado, aos 49, no Rio de Janeiro, o jornalista Rodolfo Fernandes, editor responsável e diretor de Redação do jornal "O Globo".
Ele sofreu insuficiência respiratória em decorrência de ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), doença diagnosticada em julho de 2009.
Fernandes assumiu a direção do "Globo" em 2001.
No jornal desde 1989, já havia sido editor de Primeira Página e de Política e diretor da Sucursal de Brasília.
Filho do jornalista Hélio Fernandes e sobrinho de Millôr Fernandes, começou a carreira aos 16 na "Tribuna da Imprensa", onde teve breve passagem.
Depois, em Brasília, passou por "Última Hora", "Jornal de Brasília", Folha e "Jornal do Brasil" antes de se transferir para o "Globo".
Era casado com a economista Maria Silvia Bastos Marques, presidente da Empresa Olímpica Municipal e ex-secretária de Fazenda do Rio e ex-presidente da Companhia Siderúgica Nacional. Deixa os filhos Felipe e Letícia, do primeiro casamento, com Sandra Fernandes.
De estilo discreto e temperamento suave, Rodolfo não deixou de frequentar a Redação, apesar dos sintomas da doença degenerativa.
Usava um computador adaptado para continuar enviando e-mails com orientações e recomendações aos editores sob seu comando.
Na última quinta-feira, decidiu, em reunião com Ascânio Seleme, diretor de Redação adjunto, e editores executivos, a manchete do jornal do dia seguinte.
O governador Sérgio Cabral decretou luto oficial de três dias. O Flamengo, time pelo qual Rodolfo torcia, entrará de luto neste domingo, no clássico contra o Vasco.
PESAR
A secretária de Comunicação Social da Presidência da República, ministra Helena Chagas, divulgou, no fim da tarde deste sábado, nota lamentando a morte do diretor de redação do "Globo".
"Com sua inteligência, seriedade e a busca constante pela notícia completa e bem apurada, Rodolfo Fernandes marcou época no jornalismo brasileiro à frente das mais importantes coberturas da história recente do país. Lamento sua partida tão precoce, mas tenho certeza de que ele deixa seu exemplo às novas gerações de jornalistas brasileiros", declarou a secretária.
A ANJ (Associação Nacional de Jornais) expressou, por meio de nota, sua solidariedade "com a família de Rodolfo e com todos de "O Globo"".
Para a associação, Rodolfo foi um "jornalista de imenso talento, ele foi exemplo para sua geração".
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