Filho de Gaddafi foi morto em confronto, dizem rebeldes
Ahmed Jadallah/Reuters | ||
Homem mostra Muammar Gaddafi, ao centro, com filhos Saif al-Islam (à esq.) e Khamis (dir.), que teria morrido |
Não seria a primeira vez que Khamis é dado como morto no conflito.
No início do mês rebeldes líbios disseram que um bombardeio aéreo da Otan, aliança militar do Ocidente, teria matado Khamis, que comandava uma das unidades militares mais leais e bem equipadas do regime. O governo líbio negou a informação.
Um porta-voz rebelde disse que o bombardeio matou 32 pessoas em Zlitan, cidade que está na linha de frente, a 160 km de Trípoli, e que supostamente estava sendo defendida pela 32ª Brigada do Exército, sob comando de Khamis Gaddafi.
Contudo, um porta-voz do governo líbio afirmou que a notícia da morte do filho mais novo de Gaddafi era "falsa". "Eles inventaram a notícia sobre o Khamis Gaddafi em Zlitan para cobrir os assassinatos deles", disse Moussa Ibrahim. "Esse é um truque sujo para cobrir o crime deles em Zlitan e o assassinato da família al-Marabit (uma família líbia)."
Na semana seguinte, no dia 9 de agosto, a televisão estatal da Líbia mostrou o que disse ser a imagem do filho do ditador Muammar Gaddafi, Khamis, visitando feridos em um ataque aéreo em Trípoli.
Em março, a mídia árabe divulgou que Khamis havia morrido em um acidente kamikaze causado por um piloto da força aérea líbia.
Na quinta-feira, no lado oeste de Zlitan, funcionários pró-Gaddafi mostraram a jornalistas os corpos de duas crianças que teriam sido mortas durante o dia em um bombardeio da Otan. Não havia sinais de infraestrutura militar no local.
Uma fonte da Otan, em Nápoles, disse na quinta-feira que atingiram "um alvo militar por volta de 6h30 desta manhã, e era um local de comando e controle."
"Sempre levamos a sério as alegações de vítimas civis, e estamos examinando isso, mas não temos evidência a esta altura de que isso tenha sido causado por um bombardeio," disse o porta-voz.
ARGÉLIA
Nesta segunda-feira, o ministério das Relações Exteriores da Algéria informou que a mulher e três filhos de Gaddafi se encontram no país.
"A esposa de Muammar Gaddafi, Safia, sua filha Aisha, seus filhos Hanibal e Mohamed, acompanhados dos filhos destes, entraram na Argélia às 8h45 (4h45 de Brasília) pela fronteira com a Líbia", indicou o ministério em um comunicado divulgado pela agência de notícias APS, sem apresentar maiores detalhes sobre o ditador.
France Presse | ||
Mulher de Gaddafi, Safia, filhos Hannibal e Mohammed e filha Aisha (da esq. para dir.) |
No final de semana, havia boatos de que Gaddafi poderia fugir para a Argélia. Uma agência estatal de notícias egípcia disse que um comboio com seis carros blindados, possivelmente levando Gaddafi, havia saído da Líbia e ingressado na Argélia, que não reconhece o governo dos rebeldes.
O Ministério de Relações Exteriores argelino desmentiu "categoricamente" a notícia, que disse não ter fundamentos.
Os rebeldes afirmam que não possuem informações concretas de onde Gaddafi está escondido. As vezes em que acreditaram ter cercado o ditador acabaram como alarmes falsos.
O paradeiro de Gaddafi e seus filhos ainda não está claro, mas é possível que sua fracassada tentativa de negociação seja um sinal de sua precária situação. Especula-se que o ditador possa estar em algum dos últimos redutos organizados de resistência, a cerca de 40 quilômetros ao sul da capital.
Outras possibilidades menos possíveis seriam algum refúgio nas canalizações subterrâneas do rio artificial que abastece a capital; em Sirte, ou ainda uma fuga à Argélia.
Com agências de notícias
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