A Polícia Militar suspeita que a movimentação no estabelecimento devido ao pagamento de salários de funcionários públicos e de empresas particulares tenha atraído os assaltantes.
Somente a prefeitura da cidade paga em torno de 800 servidores pela unidade bancária. Em entrevista ao G1, o comandante da Companhia de Polícia Militar de Campo Novo do Parecis, Lupércio Cabral Santos, explicou que a ação ocorreu nos mesmos moldes da realizada em dezembro do último ano, quando a mesma agência foi alvo de ladrões. "Eles renderam funcionários do banco, clientes e como de praxe, usaram pessoas como escudo humano para não ter confronto", declarou.
De acordo com o policial, a MT-235, rodovia que liga Campo Novo dos Parecis a cidades como Diamantino, São José do Rio Claro foi usada como rota de fuga. O número de pessoas envolvidas direta e indiretamente no episódio ainda é levantado. "O que podemos afirmar é que foram entre oito a dez envolvidos no assalto", salientou o comandante da PM.
A participação de outras pessoas no suporte à quadrilha não está descartado, segundo a polícia.
Ação
Ladrões armados fizeram clientes como escudo
humano. (Foto: Antônio de La Bandeira)
O comandante da Polícia Militar explicou que para obter acesso à agência bancária criminosos quebraram uma vidraça atirando. "Ao contrário de dezembro, eles não destruíram a agência", acrescentou o comandante que participa das buscas. Pelo menos dois veículos foram utilizados na fuga e o volume de dinheiro levado ainda não foi informado. Tiros foram disparados pelos assaltantes e acabaram atingindo empresas da região. Uma empresa localizada a cerca de duas quadras da agência bancária teve o vidro e parede marcados pelas balas.
Relatos
Quem mora em Campo Novo do Parecis e presenciou a movimentação na cidade declarou estar impressionado com a ousadia dos ladrões. Uma auxiliar administrativo, de 30 anos de idade, que trabalha nas proximidades da agência bancária presenciou o momento em que os assaltantes fugiram utilizando dois veículos.
"Bem na hora que estávamos na porta, vimos eles vindo em um furgão vermelho com as roupas camufladas e com armamento pelo lado de fora da janela", falou, em entrevista ao G1."Ficamos assustados porque eles estavam atirando. Estavam fortemente armados e com roupas camufladas. Quem dirigia e outro do banco da frente usavam capuz preto. A ação foi parecida com a de dezembro", acrescentou a testemunha, que preferiu não ser identificada.
O caminhoneiro Jones de Santana estava na agência no momento em que o banco foi invadido pelos assaltantes. ""Fui tirar dinheiro. Desceram uns dez homens mais ou menos. Eles entraram e mandaram alguns embora e outros ficaram na frente [do banco]. Uma senhora passou mal e deixaram ela sair. Armaram um tripé na frente do banco com uma metralhadora. Eu tive que correr porque eles começaram a tirar, ficaram nervosos. Parou uma caminhonete na frente, eles subiram em cima com reféns. Tinha gente sem camisa"", relatou o caminhoneiro.
Liberados
A Secretaria de Estado de Segurança Pública confirmou que as pessoas feitas reféns, em torno de dez, já foram liberadas.
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