Número de mortes de recém-nascidos cai nos últimos 20 anos
O autor do estudo, Mikkel Oestergaard, da OMS (Organização Mundial da Saúde), e sua equipe analisaram dados de diferentes fontes como registros civis, para criar um modelo estatístico que comparasse os dados entre 1990 e 2009.
A equipe percebeu que em 2009 morreram 3,3 milhões de bebês durante o primeiro mês de vida, frente aos 4,6 milhões que morreram em 1990, o que significa uma melhora global, mas assinala que em regiões da África, por exemplo, essa tendência caiu muito lentamente.
Segundo os cálculos, estima que a mortalidade caiu de 33,2 mortes para 23,9 a cada mil nascimentos, 28% a menos. No entanto, essa taxa cresceu em oito países, cinco deles na África (República do Congo, Zimbábue, Chade, Camarões e África do Sul) e a taxa na República Democrática do Congo e Somália, se manteve.
Além disso, na África o progresso na melhora das taxas de mortalidade neonatal é lento e só reduz em menos de 1% a cada ano, passando do 43,6 por cada mil bebês nascidos em 1990 para 35,9 por mil em 2009.
No total desses 20 anos calculam que morreram 79 milhões de crianças nas primeiras quatro semanas de vida, das quais 98% faleceram em países de baixos recursos: 31 milhões no Sudeste Asiático e 21 milhões na África.
A América Latina sofreu uma das maiores quedas, dos 22% registrados em 1990 aos 11,4% contabilizados em 2009.
No entanto, os autores afirmam que a maioria das mortes prematuras poderiam ser evitadas com intervenções ao alcance de todos os públicos "como a melhora da higiene no parto, a lactação e métodos simples para manter aos bebês em boas condições".
"Muitos dos 79 milhões de bebês que morreram no período neonatal, desde 1990 nasceram com pouco ou nenhum acesso a serviços de saúde e em lugares com pouca informação", lamentaram no estudo com o qual sublinham a importância de conseguir os Objetivos do Milênio marcados pela ONU para reduzir a mortalidade infantil.
O objetivo número quatro é reduzir o número de mortes em crianças menores de cinco anos ou menos em de dois terços dos níveis de 1990 para o ano 2015.
"Se a perda desnecessária de vidas se pode prevenir, é essencial que os governos nacionais, os organismos internacionais e a sociedade civil aumentem sistematicamente a prevenção e o acompanhamento das mortes neonatais", concluíram.
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