“Nenhum empresário quer correr este risco. É preferível tirar o caixa eletrônico de dentro da empresa. Não há mais segurança e não se sabe se vão assaltar na hora de trocar o dinheiro ou mesmo explodir e provocar danos”, declarou, em entrevista ao G1, o vice-presidente da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio), Roberto Peron.
De acordo com o representante, a entidade já recebeu diversas manifestações de empresários que desejam retirar o equipamento. Em Cuiabá, na segunda-feira (29), a tentativa de assalto a um caixa eletrônico em uma galeria no centro da cidade resultou na morte de quatro pessoas, entre elas dois vigilantes que trabalhavam no abastecimento de dinheiro no teminal e dois suspeitos.
Para Peron, mais que o dano material, o fator psicológico tem pesado na hora do comerciante optar pela permanência das máquinas. “Hoje o funcionário não quer mais trabalhar no local [onde há o caixa]. Este era um serviço a mais que era oferecido aos clientes, mas hoje a insegurança é muito grande”, acrescentou o dirigente.
“Ele [caixa] não tem mais função. O que era para ser um serviço para população agora é desserviço”, declarou Alberto Pinheiro Machado, administrador da galeria onde a troca de tiros foi registrada.
Remanejar
Nesta quarta-feira (31), o secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso, Diógenes Curado, reconheceu que a presença de caixas nas lojas contribuiu para aumentar a sensação de insegurança. Para ele, uma das saídas seria remanejar ou mesmo instalar os equipamentos em locais onde a presença da polícia seja mais intensa.
“Acredito que tem que colocar em um local próximo a um batalhão, onde tenha policiamento para trazer segurança tanto para os profissionais que vão tirar o dinheiro quanto para a população”, disse ao G1.
Para Curado, a disseminação de máquinas elevou o interesse dos assaltantes. “Vimos uma disseminação muito grande e o reflexo é o assalto. Eles [ladrões] mudaram a rota de atuação”, acrescentou Curado.
Para o vice-presidente da Fecomércio, Roberto Peron, medidas paliativas não resolvem o problema. “Não é só remanejar, mas ter aumento de efetivo e buscar soluções para problema. Não sabemos como criar uma forma de solucionar, pois é uma questão difícil de ser resolvida. Mas tem que ter policiamento, inteligência. Você faz o ato paliativo e amanhã [os ladrões] vão arrumar outro modo de fazer [os roubos]”, concluiu.
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