O secretário de Administração de Mato Grosso, Cesar Roberto Zílio, informou por meio da assessoria de imprensa que ainda não tem um posicionamento oficial sobre a decisão da assembleia dos escrivães e investigadores. Está prevista para esta sexta-feira uma reunião entre Zílio, o governador Silval Barbosa e o secretário de estado de Segurança Pública, Diógenes Curado Filho, para tratar da paralisação dos policiais civis.
Os profissionais vinham mantendo cerca de 30% do efetivo de policiais civis nas delegacias e nos Centros Integrados de Segurança e Cidadania (Ciscs) de Mato Grosso. Neste sistema, eram registrados apenas os boletins de ocorrência de flagrantes de crimes ou delitos. A partir de agora, segundo o sindicato, os profissionais não devem atender nem ao menos essas demandas urgentes.
Na terça-feira (30), o governo de Mato Grosso condicionou a apresentação de uma nova proposta aos escrivães e investigadores à suspensão da greve da categoria. Pela proposta, os policiais receberiam R$ 3.900 até o fim de 2014, a partir de um reajuste progressivo anual que começaria em 2011. Investigadores e escrivães buscam aumentar os salários dos atuais R$ 2.365 para cerca de R$ 6 mil iniciais, mesmo valor pago aos peritos criminais do estado.
Após constantes decisões de assembleias em manter o movimento, no dia 21 de agosto a Justiça declarou a greve ilegal, com pena diária de R$ 20 mil. No entanto, a assessoria jurídica dos sindicatos está contestando a decisão judicial. “Quem vai decidir sobre a greve judicialmente serão nossos advogados. Nós decidimos continuar o movimento”, comentou Gonçalves da Silva.
A presidente do Sindicato dos Escrivães de Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (Sindepojuc), Genima Evangelista, disse que as categorias tentaram negociar com o governo por telefone até durante a assembleia, mas os profissionais foram irredutíveis em manter a paralisação. "Eles disseram que só retornariam ao trabalho se a proposta contemplasse o reajuste salarial acompanhando a inflação do ano". Ela lamentou o fato de as delegacias ficarem sem policiais. "Infelizmente não houve consenso. Todas as tentativas de por fim à greve foram frustradas".
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