Escrivães e investigadores rejeitam proposta do Governo; Silval terá "reunião de emergência"
Policiais civis radicalizam e greve vai a 100% em MT
Os investigadores e escrivães da Polícia Civil de Mato Grosso, contrariando as expectativas, decidiram manter a greve geral, que chega aos 63 dias nesta sexta-feira (2). Para completar, as duas categorias decidiram radicalizar.
Durante a assembleia-geral que terminou no final da tarde de ontem (1º), os policiais aprovaram a suspensão dos 30% dos trabalhos que vinham sendo mantidos, conforme assegura a legislação, durante qualquer movimento grevista.
Após a assembleia-geral que optou pelos 100% de paralisação, os policiais decidiram se concentrar em frente ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do bairro Planalto, onde funciona a Central de Plantão de Cuiabá.
É nessa delegacia onde se atendem ocorrências sobre prisões em flagrante e liberação de corpos de vítimas de violência (homicídio, acidentes e outros). A estratégia é para impedir que investigadores e escrivães cumpram as escalas de plantão.
Como estratégia do movimento, a partir desta sexta-feira, comissões de grevistas vão percorrer as delegacias da Grande Cuiabá e do interior, para "fiscalizar" se policiais estão traalhando.
Na verdade, a radicalização é uma a resposta dos policiais à nova tabela salarial apresentada ontem pelo Governo do Estado. Ao invés de um salarial inicial de R$ 3,5 mil, como querem os policiais, o Palácio Paiaguás ofereceu R$ 2.460, a partir de dezembro deste ano.
Para os policiais, com esse valor, o Estado respondeu que não aceita inseri-los entre as demais categorias de servidores de nível superior. O salário inicial, entretanto, não foi o fator decisivo na recusa da proposta governamental.
A presidente do Sindicato dos Escrivães, Genima da Silva Almeida, disse que, como os policiais reivindicam uma elevação gradativa dos salários, prevendo que a equiparação ocorra até 2014, decidiram não abrir mão da aplicação dos índices oficiais de perdas, calculados com base na inflação.
Já o Governo do Estado, conforme a Genima, diz que sobre as tabelas salariais propostas para os próximos quatro anos não poderiam aplicar o INPC (Índice de Preço ao Consumidor), que este ano foi de 6,47%.
A sindicalista disse que, se aceitarem R$ 11.079, a partir de dezembro de 2014, para o policial em final de carreira (Classe E - Especial), como propôs o Governo, estarão perdendo mais de 15%, que seriam os índices inflacionários dos próximos três anos.
Por causa da decisão dos policiais, o governador Silval Barbosa convocou os secretários César Zílio, de Administração, Diógenes Curado, de Segurança, para uma reunião extraordinária na manhã de hoje.
Somente após esse encontro, o Governo deverá se posicionar sobre a greve.
Com informações do Diário de Cuiabá
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