País tem controle "moderado" da corrupção, diz entidade
Com tantos escândalos no noticiário, o brasileiro se pergunta se o país é mais ou menos corrupto do que os demais. Resposta objetiva não há. O tema é complexo e envolve um caudal de interpretações. Mas há boas pistas.
Sediada em Washington, a Global Integrity é a entidade não governamental que realiza os estudos mais aprofundados sobre os mecanismos anticorrupção disponíveis em cada país.
Quase 300 indicadores são avaliados, das eleições até a liberdade de imprensa, passando pela transparência nas contas públicas.
A análise mais recente feita sobre o Brasil data de 2009. Nela o país recebeu uma nota de 76 sobre 100, o que significa um grau moderado.
Desde o primeiro relatório, mostra uma preocupante regularidade. Em 2004 teve uma média de 75. Em 2006, leve queda para 73 pontos.
O exame retrata um país com avanços e retrocessos no combate à corrupção. A atuação dos órgãos de controle é enaltecida, assim como o sistema eleitoral, que recebeu nota máxima.
Mas o financiamento de partidos e o acesso público às informações governamentais são pontos fracos.
Em 2008, a Argentina recebeu média de 78 pontos e, em 2010, chegou a 87, índice considerado forte. O relatório atribui a performance à implementação efetiva de leis e de atividades das instituições anticorrupção.
Nathaniel Heller, diretor da ONG, pede cautela na análise dos dados. "Isso não significa que a Argentina seja menos corrupta do que o Brasil. Não temos o hábito de ranquear os países, até porque os relatórios foram produzidos em anos e circunstâncias diferentes."
A China, em 2009, recebeu uma média considerada fraca, de 60 pontos. Um de seus maiores problemas é a falta de liberdade de expressão.
Os EUA aparecem melhor, com uma média considerada forte, de 85 pontos. Mas a Global Integrity aponta que o fluxo de capitais do setor privado para o político, além de ser o maior do mundo, influencia de forma negativa a democracia do país.
Os relatórios mais recentes da Global Integrity apontam que os países árabes, como Egito, Iêmen, Marrocos, Palestina e Síria,compartilham as mesmas dificuldades: censura, nepotismo e falta de transparência. Sendo que a Síria recebeu a nota mais baixa na história da ONG.
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