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Polícia
Segunda - 05 de Setembro de 2011 às 06:59

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Quadrilhas especializadas em roubo a caixas eletrônicos e agências bancárias estão se espalhando pelo país e também se especializando nesse tipo de crime. O Fantástico deste domingo (4) mostra imagens de uma quadrilha que usa clientes de um banco como escudo durante um assalto e até uma fuga inusitada: criminosos que assaltaram um banco em Maresias, no litoral paulista, usam uma lancha para despistar a polícia.

Em Campo Novo do Parecis (MT), uma agência do Banco do Brasil foi assaltada pela segunda vez em oito meses. Os clientes foram obrigados a formar um escudo humano contra uma possível reação da polícia. Nas imagens, um deles afasta os clientes e atira na direção em que a polícia poderia se aproximar.

“Um deles pediu para eu municiar o pente do fuzil, duas vezes, juntar as balas que caíam no chão. Pediu para eu acender dois cigarros para eles”, contou o jovem André Volkweis, que foi feito refém.

No momento em que André acende um cigarro para o ladrão, ele não quer soltar a arma. Depois, o assaltante ainda se preocupa em pegar de volta o maço. Duas crianças são libertadas. A primeira é levada pelo pai, no colo. A segunda vai embora andando com a mãe. A tensão dos que ficam aumenta. Os assaltantes esperam a hora em que o cofre da agência será aberto.

“Eu nem olhava. Estava com a mão na cabeça. Quando dava os tiros, botava a mão no ouvido”, diz Franco Nero, também refém. Todos são obrigados a tirar a camisa. Os bandidos querem a garantia de que nenhum está armado. “Eles mandaram que nós virássemos e todo mundo: ‘Tira a camisa, tira a camisa e coloca no chão’”, relatou Franco Nero.

Já são 35 minutos de terror, quando o cofre é aberto e o dinheiro é roubado. Os criminosos fogem em dois carros, levando reféns, que são libertados depois em uma ponte. Para dificultar a aproximação da polícia, os criminosos incendiaram um dos carros usados na fuga. Os assaltantes foram presos três dias depois com R$ 238 mil. Segundo as investigações, trata-se da quarta parte do que foi roubado.

“Só em Campo Novo do Parecis foi R$ 1 milhão que eles iam utilizar para outros e outros e outros roubos em Mato Grosso, Tocantins, Goiás, no Nordeste e no Maranhão”, afirma o procurador de Justiça de Mato Grosso, Paulo Prado.

"Especialistas" em explosivo
Em São Paulo, outra quadrilha foi desfeita. Investigada durante três meses pela polícia, ela é acusada de explodir um caixa eletrônico por semana. Um deles ficava em um mercadinho em Guarulhos, no litoral do estado. Os criminosos fugiram com R$ 80 mil.

Em Maresias, também no litoral paulista, explodiram mais um caixa. Para não serem encurralados nas ruas estreitas da cidade, arriscaram-se numa fuga ousada: pelo mar. Um barco esperava os ladrões para levá-los a uma ilha. A conversa de um deles com um cúmplice foi gravada pela polícia. “Cadê o Jotinha, ‘tá’ aí”; “Não, ele ‘tá’ na frente da lancha aqui.”

Jotinha é João Batista Martinez, que cuidava do uso de explosivos. Ele está entre os dez integrantes da quadrilha presos quando planejavam, segundo as investigações, explodir mais um caixa eletrônico na mesma região. A presença de um especialista em explosivos chamava a atenção da polícia. “Eles perdem muito pouco dinheiro nas explosões, porque o técnico sabe a dose exata para cada tipo de caixa”, afirma o delegado.

Em Mato Grosso, onde foi presa a quadrilha do assalto ao Banco do Brasil, outras duas ainda agem no modelo chamado de “novo cangaço”: invasão e saque de pequenas cidades. O empresário Ari Regesburger mora com a família em Campo Novo do Parecis.

“Quando eu olhei para o lado da porta, eles estavam já adentrando a agência. Eles deram muitos tiros dentro da agência, muitas cápsulas caíram em cima da minha botina. Eu tenho uma filha de oito meses, a gente se emociona. A única coisa é se eu ia poder chegar em casa à tarde, abraçar minha filha e poder estar com ela. São momentos difíceis”, emociona-se o empresário.






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