Candidatos relatam experiências de calma e nervosismo. Especialistas falam que emocional abalado pode prejudicar.
Após "desvios" e gravidez, aluna terá 3ª tentativa

A atriz Janaina Andrade, de 31 anos, irá fazer a prova do Enem pela terceira vez em Belém neste sábado (25) e domingo (26). Nas duas primeiras tentativas chegou a conquistar a vaga na universidade, mas largou os cursos de turismo e administração por falta de identificação com as carreiras. "Não era o que eu queria, mas a decisão também envolveu questões financeiras e, no segundo curso, eu parei porque engravidei", relembra. Em 2013, a estudante escolheu o curso de teatro da Universidade Federal do Pará, com a certeza de feito a melhor opção. "Já trabalho com teatro há 2 anos, já fiz cursos técnicos e estou inserida neste meio. Me descobri. Mas a licenciatura ma me dar a graduação", explica.

 

Arte serviço do Enem (Foto: Editoria de Arte/G1) Segundo Janaina, a experiência pode ser um diferencial na hora de fazer a prova. "Eu já sou atriz e produtora cultural. Adoro me informar e por isso tenho facilidade com a multidisciplinaridade da prova. Antes, era muito diferente. Acho que, apesar de ser um exame do Ensino Médio, o exame é menos favorável para esses alunos, que vivem em outro esquema, com provas mais tradicionais.

 

Ansiedade

A tranquilidade de Janaina é algo não tão comum entre os estudantes no Enem. Izabely Vasconcelos, de 18 anos, vai fazer a prova pela terceira vez - as duas primeiras serviram como treino, já que ela ainda não havia concluído o ensino médio. Agora, a disputa é por uma vaga no curso de pedagogia da Ufpa, o que aumenta a pressão.

 

"Estou me sentindo muito ansiosa. Mesmo que não seja a primeira vez que eu faço a prova, fico tensa. Este ano estudei muito, mas é estranho: mesmo me sentindo preparada, estou nervosa. Espero que a prova seja fácil, mas mesmo que a gente estude, sempre cai uma coisa diferente na prova", relata.

 

Segundo a psicóloga Patrícia Mendes Virgulino, o estado emocional do candidato pode influenciar no resultado do exame. "A ansiedade e o nervosismo podem atrapalhar o desempenho do aluno, tanto na hora de estudar quanto na hora da prova, podendo causar dificuldade de concentração e atrapalhar o próprio processo de aprendizagem", diz.

 

Segundo Patrícia, quem tem problemas com nervosismo precisa de apoio da família. "Os pais devem estar atentos a esse nivel de ansiedade e, se for o caso, ate buscar um acompanhamento psicoterapico caso isso tudo esteja causando prejuízos na vida do sujeito. Não há uma receita pronta para o aluno lidar com nervosismo mas, na véspera de provas, o ideal é que as pessoas nervosas gastem o seu tempo com atividades prazeirosas", relata.

 

Para os dias do Enem, a recomendação para controlar o estresse é acordar cedo e se alimentar bem, com comidas leves. "Organize seu tempo para estar bem antes do horário do exame", conclui.