Cuiabá não tem como arcar com as despesas do VLT, diz Edivá
O vereador e ex-secretário municipal de Trânsito e Transporte Urbano, Edivá Alves (PSDB), criticou a falta de informações da Agecopa sobre o BRT e VLT, modelos de transporte coletivo. Durante o período em que esteve à frente da pasta, ele também não recebeu os dados e, agora, de volta à Câmara, propõe iniciativas para obter as informações. “Nunca fui convidado para reuniões e tomada de decisões por parte da Agecopa. Eles subestimaram a prefeitura, inclusive, no aspecto da legalidade. Blairo (ex-governador), para proteger seus afilhados, criou amarras na Agecopa e um diretor só pode sair com aval da Assembleia”, reclama.
Edivá é presidente da Comissão de Acompanhamento das Obras da Copa, da Câmara. Ele garante que se ficar constatado, pela prefeitura e Estado, que o VLT não é o melhor, os colegas não podem ser coniventes com o projeto.
O vereador fez questão de ressaltar que não é contra nenhum dos modais. Porém, pela análise prévia, ele avalia ser difícil para a prefeitura manter o VLT, sistema proposto pela Agecopa, não só pelo curto tempo para implantação, mas pelas despesas com manutenção. “Não sou contra um ou outro, mas estive em Turim, na Itália, e vi como funciona. Lá a pessoa estaciona o carro, compra o bilhete por 3 euros e, com o valor, paga o estacionamento. Andam de ônibus, metrô, VLT e o governo subsidia 66% do orçamento do transporte”, relata.
Segundo Edivá, o VLT vai custar R$ 3 milhões ao mês para o município. “O Estado vai ter que garantir subsídio deste valor, pois a Prefeitura de Cuiabá não vai ter condições de arcar com isso. Se passar para o município, não vai haver nem concorrência, ninguém vai querer levar um prejuízo de R$ 3 milhões mensais”, alega.
O tucano também lembra que na cidade do Porto, em Portugal, onde o VLT está em funcionamento, a população arca com dois terços e o governo fica com um terço. Segundo ele, há mais de 10 anos o resultado é negativo e a dívida chega a quase R$ 1 bilhão. “Não se tem como comparar o VLT com o BRT em termos de qualidade. É lógico que modelo sobre trilhos é muito mais confortável, mas são pouquíssimas cidades que aderem a esse modal e certamente por um bom motivo”, cutuca.
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