O supervisor de pesquisa agropecuária do IBGE-MT, Pedro Nessi Snizek, adianta que a disputa entre os dois estados deve se manter na próxima safra. Nesta temporada, ele ressalta que Mato Grosso pode apresentar queda na produção em razão do algodão em caroço. “No estado, o algodão adensado sofreu muito com a seca. Só ocupamos a primeira posição do ranking porque o Paraná teve grandes perdas na produção de milho na segunda safra”, explica.
Esse cenário, de acordo com o especialista, deve se reverter nos próximos três anos. A perspectiva é que Mato Grosso lidere a produção de grãos do Brasil definitivamente. “Estamos incorporando áreas degradadas de pastagem para o plantio da soja, principalmente na região do Araguaia. Com isso, teremos aumento na produção”. O estado é o maior produtor da oleaginosa, com 20,8 milhões de toneladas, representando 27,8% da produção nacional de 74,8 milhões de toneladas de soja.
Além da soja, o estado destaca-se na produção total de milho (primeira e segunda safra), com 7,6 milhões de toneladas, ficando somente atrás do Paraná, que acumula 11,5 milhões de toneladas. A produção de algodão herbáceo (caroço) mato-grossense, de 2,5 milhões de toneladas, representa 50% da nacional. “Temos potencial de aumentar a produção mais que outros estados”, completou.
Conab
No levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de grãos mato-grossense na safra 2010/2011 é a segunda maior do país, com 30,9 milhões de toneladas. A liderança é do Paraná, que tem 32,4 milhões de toneladas. De acordo com o representante regional do IBGE, os dados são divergentes porque utilizam metodologias diferentes.
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