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Internacional
Sábado - 10 de Setembro de 2011 às 05:48

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O governo do Egito declarou estado de emergência no país depois que centenas de manifestantes invadiram o prédio onde fica a embaixada de Israel na capital, Cairo, nesta sexta-feira.

O estado de emergência foi declarado pelo ministro do Interior egípcio, de acordo com a TV estatal do país.

Veja imagens dos protestos no Cairo

Segundo a agência de notícias estatal do Egito, o primeiro-ministro do país, Essam Sharaf, convocou um gabinete de emergência para discutir a situação.

Agências de notícias informam que o embaixador de Israel no Egito, assim como sua família e os funcionários da missão diplomática, estão no aeroporto do Cairo esperando para deixar o país.

Uma autoridade de segurança egípcia disse que os manifestantes estavam em um apartamento embaixo da embaixada, mas não entraram na sede da missão diplomática israelense propriamente dita.

Nesta sexta-feira, manifestantes destruíram um muro em torno do prédio onde fica a embaixada. Em seguida, cerca de 30 pessoas invadiram o local e jogaram documentos pelas janelas.

A agência de notícias Reuters citou uma autoridade israelense em Jerusalém, dizendo que os documentos aparentemente eram "panfletos e formulários que eram mantidos no hall de entrada".

A mídia estatal egípcia diz, no entanto, que alguns dos documentos eram identificados como confidenciais.

A correspondente da BBC no Cairo Bethany Bel afirma ainda que alguns manifestantes atearam fogo a um veículo da polícia.

Um comunicado divulgado pelo gabinete do ministro de Defesa Israelense, Ehud Barak, afirma que ele falou com seu colega americano, Leon Panetta, "pedindo a proteção da embaixada contra os manifestantes".

Já uma declaração emitida pela Casa Branca pede ao Egito que cumpra com as suas obrigações internacionais e proteja a embaixada.

O presidente americano, Barack Obama, conversou com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, dizendo que os EUA estavam tomando medidas para ajudar a resolver a situação sem mais violência, afirmou ainda o comunicado.

POLICIAIS MORTOS

A embaixada era alvo de protestos desde a morte de cinco policiais egípcios, no dia 18 de agosto, supostamente em uma ação das forças israelenses.

Autoridades egípcias dizem que os cinco foram mortos quando as forças de segurança de Israel perseguiram supostos militantes através da fronteira.

No mesmo dia, atiradores haviam atacado ônibus civis israelenses perto do resort israelense de Eilat, localizado no Mar Vermelho, matando oito pessoas.

Centenas de egípcios protestaram em frente ao prédio da embaixada de Israel na noite seguinte, queimando uma bandeira do país e exigindo a expulsão do embaixador.

Depois do incidente registrado no mês passado na fronteira, Cairo definiu a morte dos policiais como "inaceitável". Israel não admitiu responsabilidade no caso, mas lamentou as mortes.

O ministro de Defesa de Israel disse ter ordenado um inquérito em conjunto com o Exército egípcio.

TENSÃO

Correspondentes consideram que o incidente marcou uma escalada nas tensões entre os dois países.
O seu tratado de paz, que tem 30 anos, já estava sendo testado depois da saida de Hosni Mubarak da Presidência do Egito, após quase 30 anos no poder, no início deste ano.

Durante o regime de Mubarak, as relações entre os dois países se mantiveram estáveis, depois de uma história de conflitos.

No entanto, a sua saída gerou temores entre autoridades israelenses de que um governo menos moderado possa chegar ao poder no Cairo.

Além disso, segundo a correspondente da BBC, o sentimento contrário a Israel tornou-se mais explícito entre a população do Egito desde a queda de Mubarak.

 






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