Ele afirma que não quer mais saber de cargo público e coloca à venda mansão em Cuiabá, revelada pelo MidiaNews
"Me tomaram o DNIT sem pedir licença", diz Luiz Pagot
Afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o mato-grossense Luiz Antonio Pagot garantiu, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que não pretende mais assumir um cargo na administração pública.
Para ele, a forma como deixou o órgão que cuida das obras públicas federais no Brasil foi "degradante". "Me tomaram o DNIT sem pedir licença", afirmou.
Pagot também se disse disposto a se desfazer da casa de três pavimentos que está construindo em Cuiabá. Conforme MidiaNews revelou com exclusividade, a mansão, em área nobre da Capital mato-grossense, está avaliada por corretores em R$ 2,5 milhões. Ele disse que negocia o imóvel em "condições facilitadas".
Confira a íntegra da reportagem do jornalista cuiabano Rodrigo Vargas, na Folha:
"Me tomaram o DNIT sem pedir licença", diz ex-diretor do órgão
Pouco mais de um mês após se desligar oficialmente da diretoria do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antônio Pagot definiu a si mesmo como "um injustiçado" e disse em entrevista à Folha que nunca mais pretende assumir um cargo na administração pública.
"Gostaria de ter saído em outra situação. Não da forma extremamente degradante como foi. Me tomaram o DNIT sem pedir licença", afirmou ele, que pediu exoneração no dia 25 de julho após sofrer pressão do Planalto em meio a acusações de corrupção no Ministério dos Transportes.
Pagot disse que não teve acesso ao conteúdo do relatório divulgado anteontem pela CGU (Controladoria-Geral da União), que apontou prejuízo de R$ 682 milhões em obras da pasta.
Segundo o ex-diretor, porém, os órgãos de controle sempre foram "como anjos da guarda". "Nos três anos que trabalhei no DNIT, a CGU sempre esteve presente, inclusive com uma sala, e fez relatórios anuais."
Pagot disse que as acusações no Dnit são "infundadas" e negou que tenha tido crescimento patrimonial incompatível com seus ganhos.
"A minha evolução é lenta e gradual. Não comecei a trabalhar com agropecuária no Dnit. Já era plantador de arroz e criador de gado."
Sobre a casa de três pavimentos que vem construindo em Cuiabá - uma obra avaliada por corretores em R$ 2,5 milhões-, Pagot se disse disposto a negociar o imóvel em "condições facilitadas".
"Quer comprar minha casa? Te vendo em cinco parcelas de R$ 100 mil a cada dois meses. O que você conseguir a mais do que isso, faça bom proveito", afirmou.
Estudos
Sob a quarentena imposta a ex-ocupantes de cargos públicos de primeiro e segundo escalões, Pagot afirmou que irá respeitar o prazo de quatro meses sem atuar no setor privado. Mas afirmou que vem "estudando por conta própria" o setor hidroviário para possíveis investimentos.
"Estou na fase de estudos e devo ficar assim mais uns 60 a 90 dias. A partir daí, vou provavelmente abrir uma empresa ou vou trabalhar especificamente em algum projeto", disse.
Ele chamou de especulações os rumores de que teria se associado ao prefeito de Lucas do Rio Verde, Marino Franz (PPS), sócio-fundador da Fiagril Participações, em uma companhia de navegação no rio Tapajós.
"A Fiagril é uma conversa de longa data. Tem uns dois anos que vêm me cutucando neste assunto. Mas isso é mais em função da amizade que a gente tem. Não há nada concreto", afirmou.
O ex-diretor disse ainda que já recebeu "diversos convites" de empresas, inclusive estrangeiras, para assumir postos executivos em 2012.
À administração pública, Pagot disse que não pretende voltar. "Eu já dei a minha contribuição. Já está de bom tamanho."
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