Membros de CP "travam" disputa e Legislativo vira jogo de retaliações
O clima é de tensão entre aliados e oposição ao prefeito de Itiquira, Ernani José Sander, o Nani (PSDB), alvo de uma investigação instalada pelos vereadores para apurar denúncia de desvio de verbas dos cofres do município. Os próprios membros da Comissão Processante (CP) entram em conflito, o que também acirra a instabilidade no Legislativo e pode colocar em xeque a elaboração do relatório final.
Membro da CP, o vereador Fabinho de Campos (PMDB) disse que empresários iriam embora da cidade caso o prefeito não voltasse ao cargo. Já o relator dos trabalhos, Ademir da Santina (PMDB), rebate a informação dizendo que, não fosse a intervenção do prefeito que substituiu Nani, Milto Luiz da Silva, o Milto Cuiabano (PPS) , eles teriam abandonado o barco por falta de apoio do Executivo.
Um dos empresários citados pelos vereadores desmente ambas as versões. Proprietário da construtora Miotto, Jader Miotto garante não ter problemas tanto com Nani como o prefeito em exercício. “Semana passada conversei mesmo com o Milton, ele nos ajudou, mas o Nani também sempre colabora, nunca tivemos nenhuma dificuldade”, sustenta o empresário.
Enquanto isso, moradores aguardam com expectativa o resultado das investigações. Segundo Ademir, os nomes do abaixo-assinado enviado à Câmara pedindo à volta de Nani não pode ter validade, pois não estão identificados. Ele pondera que há dados sobre pessoas que sequer moram no município ou no distrito de Ouro Branco do Sul.
O peemedebista disse que o presidente da CP, João Carlos de Oliveira, o João do Mercado (DEM), só convocou uma reunião sob ameaça de ser denunciado ao Ministério Público Estadual (MPE). Ademir revela que também foi orientado por representantes da promotoria a ingressar com mandado de segurança por causa da morosidade dos colegas. “O vereador Fabinho ficou 30 dias fora, só para que a reunião não fosse convocada”, argumenta.
Entre as irregularidade recebidas por ele existe uma envolvendo empresa de extração do leite de seringueiras. “O prefeito Nani autorizou a extração, mas não entrou nada nos cofres do município. Ele fez isso sem a autorização da Câmara. Isso é desvio de recursos, essa empresa gera no mínimo R$ 70 mil mensais”, sustenta o relator.
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