Brito perde autonomia sobre obras da Agecopa em "canetada" de Eder
Numa única canetada, o presidente da Agecopa Eder Moraes praticamente retirou toda a autonomia do diretor de Infraestrutura da agência, Carlos Britto. A portaria número 60, assinada e publicada nesta semana no Diário Oficial, transfere para a competência do presidente a execução e acompanhamento das obras do entorno da Arena Multiuso, ampliação da mobilidade e acessibilidade urbanas na Região Metropolitana.
A polêmica implantação do sistema de transporte coletivo, responsável pelo recente embate entre Eder e Britto, também ficará a cargo da presidência, assim como a implantação do Centro Oficial de Treinamento do CPA e execução das ações de segurança de todos os envolvidos na Copa do Mundo.
Britto teve, até mesmo, as atribuições de execução das obras do Fifa Fan Fest, previsto para animar torcedores, transferidas para a diretoria de Assuntos. Não bastasse, Eder determinou que todos os fiscais de obras se reportem à presidência. Os assessores técnicos Marcelo de Oliveira Silva, que tratava diretamente com Britto, e Rafael Detoni passam a prestar contar apenas a Eder, conforme a portaria.
Quase sem função, restou ao diretor de Infraestrutura as atribuições de construção da Arena Multiuso, obras de desbloqueio, implantação dos Centros de Treinamento de Várzea Grande (Pari) e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Na justificativa da portaria, Eder alega que há necessidade da reestruturação devido “em especial da diretoria de Infraestrutura, devido à grande quantidade obras a serem executadas”.
Assinada em 5 deste mês, a portaria foi publicada no Diário Oficial desta quinta (8), apenas 6 dias após Brito tecer críticas à decisão do governo de escolher o VLT como novo modelo de transporte coletivo, previsto entre as ações voltadas à Copa do Mundo de 2014.
Em audiência na Assembleia, o diretor de Infraestrutura alertou para o custo elevado do modelo sobre trilhos e defendeu a implementação do BRT, com corredores exclusivos para ônibus, por entender que não há recursos para a construção e manutenção do VLT, orçado em R$ 1,1 milhão. Segundo ele, em vez de gastar mais com o transporte, o governo poderia investir o montante que restasse em setores essenciais, como Saúde e Educação.
A reação às declarações de Brito foi imediata. Eder já entregou um pedido formal de exoneração do diretor ao governador Silval Barbosa (PMDB) por entender que o diretor desrespeitou a portaria dando atribuição exclusiva ao presidente para falar sobre os trabalhos da Agecopa. Enquanto o chefe do Executivo não define se acata ou não o pedido, Brito cumpre expediente na agência, mas praticamente sem função.
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