CGU aponta irregularidades em reduto petista no Dnit
Segundo a CGU, licitações realizadas entre 2008 e 2009 para obras de conservação de rodovias no Estado, que somam cerca de R$ 710 milhões, têm "indícios de direcionamento e possível alinhamento de preços entre as empresas" concorrentes.
As obras foram divididas em 25 lotes. Segundo a CGU, em apenas dois deles o desconto oferecido pela empresa vencedora da concorrência foi superior a 5%.
Na maior parte dos casos, afirma a CGU, o desconto não passou de 2% do preço máximo. Além disso, a Controladoria-Geral da União constatou que grande parte das empresas participantes tinha sócios comuns entre elas e parentes como associados.
O órgão de controle também encontrou indícios de pagamento indevido de R$ 3,6 milhões em três lotes das obras.
INFLUÊNCIA
O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) no Rio Grande do Sul estava sob influência de Hideraldo Caron, ex-diretor de Infraestrutura Rodoviária do órgão que foi indicado pelo PT.
Caron foi exonerado neste ano, depois que estourou a crise nos Transportes.
O superintendente do Dnit no Rio Grande do Sul, Vladimir Casa, que já estava na superintendência em 2008, informou que os procedimentos para a licitação foram corretos.
Ele afirmou, ainda, que não tem como evitar que empresas possam combinar preços para obras. "Nossa parte foi feita com correção", disse o superintendente.
Sobre os problemas nas obras, Casa afirmou que é normal auditorias apontarem problemas. Mas disse que "entre 80% e 90% dos problemas são esclarecidos" pelo órgão.
A Folha tentou falar com Caron, sem sucesso.
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