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Sábado - 10 de Setembro de 2011 às 23:18

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A Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, vai abrir uma investigação para descobrir a origem de uma cápsula usada para transportar material radioativo, encontrada na manhã deste sábado numa área residencial de Brasília.

Trata-se de um recipiente feito de chumbo e produzido para transportar iodeto de potássio, ou I-131 no jargão técnico - de uso medicinal, em radioterapia.

A cápsula estava vazia, a validade do material havia expirado em dezembro de 2008 e, portanto, não há risco de contaminação, segundo Adriano Lobo de Souza, pesquisador da Cnen que fez testes no local.

Na manhã de hoje, um morador do Sudoeste, bairro da capital federal, encontrou o pote com uma etiqueta de material radioativo no meio da rua. Acionados, o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e a Polícia Militar isolaram a área e avisaram a Cnen.

Como não havia sinais de vazamento nem risco de contaminação, apenas o porteiro Francisco Tomaz de Aquino, 53, que manuseou a cápsula ontem, foi examinado.

"Estava passando na pista e chutei o pote. Achei pesadinho e peguei para ver. Deixei ele na rua outra vez. Não desconfiei de nada nem falei para ninguém", conta o porteiro. Hoje, quando viu a área isolada, ficou assustado. "Como ouvi falar daquele negócio de Goiânia [acidente radiológico com Césio-137, em 1987], fiquei preocupado", disse o porteiro que foi imediatamente tranquilizado pelo funcionário da Cnen.

Depois de usar detector de radiação, Souza descartou qualquer ameaça ou risco. No entanto, a Cnen vai abrir uma investigação porque esse tipo de cápsula não pode ser jogada no lixo comum. A exposição ao I-131 pode provocar desde simples mal estar até hemorragia, queimadura e câncer, dependendo da dose e do tempo.

"[O recipiente] Não podia estar aqui. Como tem lote, vamos identificar o dono e saber o que aconteceu", disse o pesquisador. Ele cogita até a hipótese de a cápsula ter sido roubada. "É chumbo, pode valer alguma coisa no mercado".

Danos por radiação ionizante, segundo o pesquisador, são responsabilidade da União, independente do que aconteceu. A investigação, contudo, pode penalizar criminalmente o responsável pelo uso e descarte incorreto do material.

 






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