A moeda norte-americana fechou a R$ 1,7095 para venda no mercado à vista, com alta de 1,93%. É a maior cotação de fechamento desde 17 de dezembro.
O medo de um calote na Grécia e a saída surpreendente de um diretor do Banco Central Europeu (BCE) intensificaram a busca por proteção.
A alta do dólar foi generalizada nos mercados internacionais, com intensidade especial sobre moedas de países emergentes, como o México, ou de países exportadores de commodities, como o dólar australiano. Os dois perfis, nos quais se encaixa o real, são considerados de maior risco e sofrem quando investidores saem em busca de proteção.
A maior preocupação do mercado é com a possibilidade de um calote da Grécia, que poderia desestabilizar a zona do euro. O país tem dinheiro para financiar suas necessidades apenas até outubro, segundo o vice-ministro das Finanças, e as negociações com os credores internacionais sobre a liberação de outra parcela da ajuda emergencial será retomada somente nesta segunda-feira, após dias de impasse sobre o descumprimento de metas fiscais.
Na França, ações de bancos despencaram com o temor de um rebaixamento da nota de crédito das instituições pela agência Moody"s, por causa da exposição de suas carteiras à dívida grega. O ministro das Finanças da França, François Baroin, tentou acalmar os investidores dizendo que os bancos do país podem suportar qualquer crise na Grécia.
"Os grandes exportadores com quem falo aqui me dizem que, a menos que precisem efetivamente de dinheiro, ele não vai vender os dólares dele. (Dizem:) "prefiro vender o dólar a 1,50 (real) com expectativa do que vender a 3 reais sem saber o que vai acontecer amanhã"", afirmou o diretor da corretora Pioneer, João Medeiros.
Apesar da volatilidade do dólar, o BC manteve o padrão recente de intervenções, com um leilão de compra de dólares no mercado à vista. A taxa de corte foi de R$ 1,7150.
Comentários