Maggi diz ser contrário a imposto e reforça rompimento com presidente
Favorável a uma posição mais independente do PR, desde que a presidente Dilma Rousseff (PT) promoveu a chamada “faxina” no Ministério dos Transportes, em junho deste ano, o senador Blairo Maggi (PR) promete não facilitar para a petista em votações polêmicas.
Apesar do próprio líder do governo na Câmara Federal, o deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), já ter descartado a criação de um novo imposto neste ano, a presidente ainda conta com o Senado para a aprovação da Contribuição Social da Saúde (CSS).
“Sou absolutamente contra a criação de qualquer imposto. A sociedade já é altamente penalizada com a carga tributária e a extinção da Contribuição Provisória por Movimentação Financeira (CPMF) prova que a medida não é necessária”, ressaltou Maggi.
A CSS, que deve ser apreciada na Câmara no próximo dia 21 para a regulamentação da Emenda 29, que determina percentual mínimo de recursos a serem aplicados na Saúde, seria uma ressurreição da CPMF, extinta em 2002. A proposta do governo federal é a alíquota de 0,1% sobre todas as movimentações financeiras para o financiamento do setor.
A expectativa de Dilma é de que quando a matéria retornar ao Senado, após a votação na Câmara Federal, ela consiga apoio da base aliada e a intercessão dos governadores na ampliação de recursos aos Estados para conseguir convencer os parlamentares a aprovar o novo imposto. No entanto, os representantes de Mato Grosso são unânimes em barrar a proposta.
Até Maggi, que era o mais fiel aliado da presidente entre os senadores mato-grossenses, chegando a ser chamado de “vassalo da Dilma” por comprar uma briga com a bancada do Estado ao defender o posicionamento da governo federal acerca do Código Florestal, mostra sinais de um “divórcio” nada amigável com a petista.
Ele não esconde as mágoas com a atitude da presidente, que segundo ele, foi injusta ao dispensar tratamento diferenciado ao PR e ao PMDB que, na mesma época, tinha o então ministro da Agricultura, Wagner Ramos, envolvido em escândalos. Enquanto Dilma “defenestrou” o ministério dos Transportes, incluindo a demissão do apadrinhado de Maggi, o diretor-presidente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, ela tentou segurar ao máximo os cargos dos peemedebistas, o que causou o descontentamento dos republicanos.
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