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Internacional
Sábado - 17 de Setembro de 2011 às 16:54

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O ministro da Justiça do governo rebelde da Líbia, Mohamed al Aladi, disse em entrevista coletiva na capital do Marrocos neste sábado que nenhum integrante do Conselho Nacional de Transição (CNT) participará das próximas eleições líbias. "Somos combatentes, não somos políticos", afirmou.

Segundo Al Aladi a decisão --que inclui os dois principais líderes do CNT, Mahmud Jibril e Mustafa Abdul Jalil-- foi tomada para que o povo líbio seja independente na escolha do novo governo.

  Joseph Eid/France Presse  
Tropas dos rebeldes líbios devem retomar batalhas em Bani Walid e Sirte, cidades ainda leais a Gaddafi
Tropas dos rebeldes líbios devem retomar batalhas em Bani Walid e Sirte, cidades ainda leais a Gaddafi

"Nós somos combatentes, não somos políticos. O povo líbio tem que encontrar sua representação", acrescentou o ministro durante visita ao Marrocos para participar de uma reunião sobre as mudanças constitucionais nos países árabes.

O CNT estima que o novo Parlamento líbio esteja completo no máximo em oito meses.

O ministro disse ainda que a Líbia já é considerada um país livre, embora o ex-ditador Muammar Gaddafi permaneça escondido e sua cidade natal, Sirte, ainda não tenha sido tomada pelos oposicionistas --o que segundo ele deve acontecer nos próximos dias.

Quanto ao destino do ex-ditador caso os rebeldes o localizem, o ministro disse que o CNT pretende julgá-lo em solo líbio e não vai enviá-lo ao Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, que tem em vigor um mandado de prisão contra Gaddafi.

Familiares de Gaddafi, incluindo seu filho Saadi Gaddafi, fugiram nas últimas semanas para a Argélia e o Níger, e inicialmente divulgou-se que o CNT pediria extradição para que eles fossem julgados na Líbia. No entanto, Al Aladi disse que os rebeldes mudaram de ideia.

"Não estamos preocupados com os filhos e a família de Gaddafi que fugiram. Vamos deixar todas as ações relativas a eles nas mãos da comunidade internacional".

ARMAMENTOS

O ministro manifestou ainda um alerta quanto à situação dos rebeldes dos soldados rebeldes que se recusam a entregar suas armas.

"Estou muito preocupado com o fato de que nem todos os combatentes rebeldes que ajudaram a tomar Trípoli devolveram suas armas".

  Joseph Eid/France Presse  
Porta-voz de Gaddafi disse que ex-ditador continua na Líbia e está confiante na vitória contra rebeldes
Porta-voz de Gaddafi disse que ex-ditador continua na Líbia e está confiante na vitória contra rebeldes

Com o objetivo de recuperar tais armas, o CNT criou um Comitê de Segurança cuja missão principal é convencer os oposicionistas da importância do desarmamento.

"Esperamos não ter que recorrer a nada para tomar estas armas de Trípoli. Nós juristas e militantes dos direitos humanos somos contra fazer justiça com as próprias mãos, por isso estas armas têm que ser recolhidas", avaliou.

Al Aladi deu uma dimensão dos efeitos dos anos de repressão do regime ao revelar que oito cemitérios clandestinos mantidos pelas forças de segurança de Gaddafi foram encontrados em Trípoli. 






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