Para a servidora, que trabalha na Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado (Procon) e estuda Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a falta de cabelo fere a autoestima das pessoas que lutam contra o câncer, principalmente crianças e adolescentes. "Isso acaba prejudicando o sistema imunológico do paciente, o que atrapalha o tratamento", avalia, ao contar sobre a filha de dois anos que teve uma doença até hoje não diagnosticada pelos médicos com exatidão.
Elisiane lembra que as febres da menina não passavam mais com remédio. Segundo ela, um pediatra informou que se tratava de uma bactéria muito resistente e quanto mais antibióticos a criança ingeria, baixava a imunidade, fazendo com que o quadro de saúde se agravasse. A situação fez com que ela refletisse sobre os pacientes que possuem tumores cancerígenos malignos.
"É preciso haver uma conscientização sobre a luta contra o câncer. Penso que, como não tenho condições de ajudar com dinheiro, vou buscar fazer a minha parte. Se é cabelo que tenho, é cabelo que vou doar", enfatizou a servidora, ao argumentar que está à procura de alguém que se disponha a confeccionar uma ou mais perucas gratuitamente para que possam ser doadas.
Depois que decidiu fazer doação, servidora diz que
passou a cuidar rigorosamente dos cabelos.
(Foto: Pollyana Araújo/ G1)
Antes de cortar o cabelo, há cerca de um mês, Elisiane passou a ter cuidados rigorosos com as madeixas, inclusive com a alimentação. Disse que começou a consumir alimentos mais saudáveis, ingerir mais água e a hidratar os cabelos com maior frequência. Ela considera que esse será o melhor destino que poderá dar ao cabelo.
O cabelo cortado possui mais de 70 centímetros. Isso porque ainda manteve mais de 30 centímetros na cabeça por orientação da mãe, como contou a servidora pública. "Por mim, cortava mais. Só que minha mãe ficou com medo de não ficar bom", pontuou. Essa foi a quarta vez que ela deixou o cabelo crescer até o quadril.
Na primeira vez que cortou, Elisiane disse que vendeu a uma amiga cujo cabelo apresentava problemas para crescer. Depois, resolveu doar a um salão de beleza, mas contou que se entristeceu ao saber que a pessoa o havia comercializado. Ela afirmou que até hoje só usou tintura apenas uma vez quando ainda era adolescente.
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