Empresário e policiais militares são autuados em flagrante por homicídio
Tortura de estudante durou 15 minutos, diz a Polícia
Os três envolvidos na morte do estudante universitário Toni Bernardo da Silva, 27, foram autuados em flagrante por homicídio, na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O rapaz foi morto na noite de quinta-feira (22), na Pizzaria Rola Papo, no bairro Boa Esperança, em Cuiabá.
Ele é natural de Guiné Bissau, país na costa ocidental da África, e fazia intercâmbio no Brasil. Cursava Letras na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Havia a hipótese do entendimento de se tratar de lesão corporal seguida de morte, quando não há intenção de matar. Uma testemunha relatou à Polícia que foram mais de 15 minutos de espancamento.
Toni foi espancado e morreu em conseqüência de pancadas provocados por objeto contuso – no caso, as mãos e pés dos acusados -, que causaram traumatismo craniano.
Foram presos o empresário Sérgio Marcelo Silva da Costa, 27, e os policiais militares Higor Macell Mendes Montenegro, 24, e Wesley Fagundes Pereira, 24. Os três foram interrogados na presença de um representante da Corregedoria da Polícia Militar, na manhã desta sexta-feira (23).
Ao delegado Antônio Esperândio, os três acusados disseram que apenas imobilizaram a vítima, contrariando o relato de testemunhas, que informaram que o estudante foi seguro pelos PMs e espancado pelo empresário.
Segundo o delegado, os dois policiais militares, que estavam em trajes civis e sentados numa mesa, se identificaram como PMs e imobilizaram o estudante.
Em seguida, os três passaram a desferir socos e pontapés, para o espanto dos demais clientes.
De acordo com a DHPP, o estudante universitário teria abordado um casal no restaurante para pedir R$ 10,00. Depois, sentou-se na cadeira ao lado e teria tentado se aproximar da namorada do rapaz.
Em seguida, teria tentado agarrar a moça, sendo contido pelo companheiro, que teria entrado em lutar corporal com o rapaz, no que foi ajuda dos dois militares.
O delegado acrescentou que a vítima aparentava estar sob efeito de drogas ou embriagada. Exames de toxicologia, alcoolemia e necropsia foram requisitados ao Instituto de Medicina Legal (IML).
Comentários