Maldivas reclamam de "notícia" de que seriam omitidas do mapa-múndi
A "omissão" seria uma consequência do aquecimento global, já que as Maldivas se veem sob o risco de ficarem submersas em decorrência do aumento dos níveis das águas marítimas.
O post do blog de James Delingpole --um cético do aquecimento global--, no "Telegraph", era satírico, mas foi levado a sério por diversos meios de comunicação nas Maldivas.
O texto derivou da notícia, na segunda-feira, de que cientistas haviam afirmado que o atlas feito pelo jornal britânico "The Times" exagerava a diminuição da área coberta por gelo na Groenlândia, outra região ameaçada pelas mudanças climáticas.
Delingpole escreveu então em seu blog que a próxima edição do famoso atlas daria continuidade ao "alarmismo" do aquecimento global e eliminaria por completo as Maldivas, as ilhas de Tuvalu (na Oceania) e partes de Bangladesh.
O blogueiro citava um fictício porta-voz do atlas que dizia que, no desenho de mapas, a "verdade emocional" era mais importante do que a verdade real.
SXC | ||
Imagem de uma das ilhas que compõem a República das Maldivas |
DESCULPAS
A brincadeira causou polêmica nas Maldivas. Um político de oposição divulgou um comunicado culpando o presidente das ilhas, Mohamed "Anni" Nasheed, pela "omissão" no atlas.
Nasheed ficou famoso em 2009, pouco antes do encontro climático de Copenhague, por fazer uma reunião de gabinete sob a água, para chamar atenção para o risco que seu país corria se os níveis dos mares não parassem de subir.
Um porta-voz da editora do Times World Atlas confirmou a um site maldivo que o blog de Delingpole era falso.
Em reação, um representante do governo maldivo em Londres escreveu ao "Telegraph" exigindo um pedido de desculpas e um esclarecimento.
O representante alegou que, ainda que os maldivos tenham senso de humor, o post do blog dava a entender que a luta das Maldivas contra o aquecimento global era falsa, o que foi considerado ofensivo.
Uma autoridade do governo maldivo disse à BBC que o "Telegraph" não deveria publicar informações "sem sentido" que podem ser confundidas com notícias de verdade. Mas agregou que os jornais maldivos também têm de reconhecer que foram enganados.
Comentários