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Educação
Sábado - 24 de Setembro de 2011 às 10:08
Por: KATIANA PEREIRA

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MidiaNews
Vice-reitor Francisco Souto e a pró-reitora de Ensino da UFMT, Myrian Serra: aluno tinha má conduta
Vice-reitor Francisco Souto e a pró-reitora de Ensino da UFMT, Myrian Serra: aluno tinha má conduta

O vice-reitor Francisco Souto e a pró-reitora de Ensino de Graduação, da Universidade Federal de Mato Grosso, Myrian Serra, revelaram, em entrevista ao MidiaNews, nesta sexta-feira (23), que o estudante Toni Bernardes da Silva, 27, morto por espancamento na noite de quinta-feira (22), estava desligado da instituição desde fevereiro deste ano.

Os reitores também informaram que não é responsabilidade da UFMT providenciar o traslado do corpo do estudante ao país de origem, a República Guiné Bissau, na África Ocidental.

Toni foi morto a pancadas, por dois policiais militares e um empresário, durante uma briga na Pizzaria Rola Papo, no bairro Boa Esperança, em Cuiabá. Os agressores foram presos em flagrante.

As informações repassadas pela UFMT são de que ele não cumpriu as metas do Programa Estudante Convênio de Graduação (PEC-G), que proíbe faltas e reprovações. A instituição alegou, ainda, que Toni apresentou problemas de má conduta, tendo se envolvido com uso de entorpecentes.

A reitoria informou que já comunicou aos ministérios da Educação e das Relações Exteriores (MRE) e a Polícia Federal sobre a morte de Toni.

A pró-reitora Myrian Serra disse que todas as medidas que cabem a UFMT estão sendo tomadas. Ela observou, ainda, que a universidade não possui responsabilidade sobre a conduta e a manutenção dos alunos que fazem intercâmbio.

De acordo com as regras do programa de intercâmbio, os alunos recebem uma bolsa de estudos, no valor de um salário mínimo mensal. Com esse dinheiro, eles devem custear os estudos, pagar alimentação, transporte e  moradia.

Desde que foi desligado do PEC-G, segundo informações da UFMT, Toni Bernardes parou de receber o auxilio. E, sem emprego e família no Brasil, o estudante ficou dependendo de favores de amigos.

A pró-reitora frisou que não é responsabilidade da UFMT manter os alunos que estão em processo de intercâmbio. "O projeto de intercâmbio é uma ferramenta. As vagas são disponibilizadas e recebemos os alunos, que são assistidos pelo MEC, PEC-G e pelo Ministério das Relações Exteriores. Não cabe à UFMT custear despesas de alimentação ou qualquer outra", disse.

Em relação ao fato de Toni ter continuado no Brasil, mesmo após o desligamento da UFMT, a pró-reitora disse que a universidade comunicou à Polícia Federal, ao Programa de Intercâmbio e ao Ministério das Relações Exteriores. Segundo ela, caberia a essas instituições providenciar o retorno de Toni ao seu país de origem.

O caso

O estudante Toni Bernardo da Silva foi morto a pancadas, na noite de quinta-feira (22). Ele é natural de Guiné Bissau, país na costa ocidental da África, e fazia intercâmbio no Brasil. Cursava Economia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

A Polícia Militar prendeu o empresário Sérgio Marcelo da Silva, 27, e os policiais militares Higor Marcell Mendes Montenegro e Wesley Fagundes Pereira, ambos de 24 anos. Os três são acusados espancar o estudante até a morte. Toni teria importunado a mulher do empresário.

Testemunhas revelaram que o estudante levou muitos chutes e socos na cabeça, caiu no chão e continuou a ser agredido pelo trio. Um policial militar que atendeu a ocorrência disse que as cenas foram fortes, havia muito sangue no local.

Devido às pancadas que recebeu, Toni teve traumatismo craniano e morreu no local. 

O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa.

UFMT lamenta morte de estudante

No começo da tarde desta sexta-feira, a  UFMT divulgou uma nota, por meio da qual lamenta a morte do estudante e esclarece o processo de intercâmbio, que beneficia estudante do Exterior.

Confira a íntegra da nota:

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) lamenta a morte do ex-aluno Toni Bernardo da Silva e está acompanhando e prestando apoio necessário. De acordo com a pró-reitora de Ensino de Graduação, Myrian Serra, já foram feitos contatos com o Programa Estudante Convênio de Graduação (PEC-G), com o Ministério da Educação e com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), que desenvolvem o programa, e com a Polícia Federal, para as providências.

"Todas as medidas que estiverem ao alcance da UFMT serão tomadas em solidariedade", disse. Toni veio para o Brasil por meio do PEC-G, programa desenvolvido pelo MEC/MRE, para cursar Economia na UFMT. Ele iniciou em 2006 e deveria terminar o curso em 2011.

Em 2010, a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação apoiou o então aluno e tentou auxiliá-lo para resolução de seus problemas acadêmicos e pessoais. Foram prestados assistência e acompanhamento psicológico ao estudante, por meio da Coordenação de Assistência e Benefícios (CABES), sem a sua adesão satisfatória. Consequentemente, o desligamento do aluno ocorreu em fevereiro de 2011, conforme as exigências estabelecidas pelo Convênio PEC-G/MEC/MRE, entre as quais o abandono dos estudos e a reprovação.

A seleção do aluno estrangeiro é feita no país de origem e a vinda e o retorno dele correm por meio do Ministério das Relações Exteriores. Atualmente a UFMT tem 13 alunos pelo PEC-G. Hoje pela manhã, eles foram recebidos, na Reitoria, para tratar do apoio e solidariedade diante da morte do colega.Espera-se que as autoridades envidem todos os esforços para esclarecer o ocorrido.

A Reitoria






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