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Polícia
Segunda - 26 de Setembro de 2011 às 10:58
Por: KATIANA PEREIRA

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A estudante C. P. F., 25, procurou a Polícia Civil, em Cuiabá, para comunicar que caiu em um golpe aplicado pela sua ex-vizinha, Izileide Maria dos Santos, 38. A jovem acusa a mulher de ter roubado todos os seus móveis, além de ter subtraído de sua conta bancária o montante de R$ 3,6 mil.

Em entrevista ao MidiaNews, C. revelou que o golpe começou a ser aplicado há cerca de 20 dias, quando Izileide teria lhe falado sobre uma suposta oportunidade de emprego, na cidade de Barra de Garças (509 ao Leste de Cuiabá). O emprego seria para trabalhar no frigorífico Marfrig, que teve unidade de Barra fechada há quase 10 anos.

Segundo a golpista, o cargo oferecido era na área de controle de qualidade. Para ludibriar a vítima, Izileide recheou a oferta de benefícios, além de um salário de R$ 2 mil mensais, moradia e cesta básica, que seriam disponibilizados pelo frigorífico.

"Estou desempregada... Ela parecia ser uma pessoa boa, inteligente. Acreditei nela, ela disse que iria se mudar junto, que também tinha conseguido um emprego lá e que daria tudo certo", revelou.

Izileide disse para C. que ela deveria adquirir um diploma de um curso na área de Inspeção Sanitária - o valor do documento seria de R$ 700. A golpista recolheu o dinheiro com a vítima e disse que um amigo providenciaria a documentação.

A partir desse momento, a golpista passou a solicitar uma série de documentos de C., que, segundo, ela seriam usados para preencher o cadastro no frigorífico. "Ela me procurou e disse que a contratação estava ameaçada, devido a dívidas existentes em meu nome. São dívidas da faculdade, as quais eu parei de pagar por estar desempregada", afirmou.

Izileide disse que seria necessário que C. apresentasse um extrato com um depósito no valor do débito, de cerca de R$ 2 mil. "Eu já estava desesperada e parecia que ia dar tudo certo. Eu consegui  R$ 2,1 mil, emprestados de um amigo, além de R$ 800, que foram depositados pela minha avó, para ajudar nas despesas. Ela conseguiu me enganar, de tal forma que ficou com meu cartão, e sacou todo o dinheiro", contou.

Com a certeza que o golpe daria certo, Izileide partiu para o final, dizendo à vítima que o emprego já estava garantido. C. teria que arrumar toda a mudança, pois, segundo Izileide, um caminhão do frigorífico iria buscar os móveis da jovem.

"Até agora, não consigo acreditar que isso aconteceu. Arrumamos a mudança juntas e ela me roubou tudo. Ela estava toda animada, falando de Deus, que eu era iluminada", revelou C.

Na terça-feira (13), depois de toda a mudança ser encaixotada, Izileide entregou uma passagem de ônibus para C. - o destino era Barra do Garças. A jovem deixou a chave da kitnet onde morava, no bairro São Matheus, com uma amiga, que ficou encarregada de despachar a mudança. Izileide também era moradora do mesmo residencial.

"Logo que minha amiga me deixou na rodoviária, ela disse que a Izileide passou a ligar para ela e dizer que o caminhão já tinha vindo buscar os móveis. A minha amiga entregou tudo e me disse que ficou com o coração na mão, sentindo algo estranho. Ela falou ainda que os homens que estavam juntos não permitiam ser encarados, ficavam se esquivando", disse.

Assim que chegou em Barra do Garças, a jovem começou a perceber que tinha caído em um golpe. "Era para uma pessoa do frigorífico me buscar. Como ninguém apareceu, eu liguei para a Izileide e ela me disse que eu podia ir para um hotel. Eu fui e fiquei dois dias e, em todas as vezes que eu ligava, ela tinha uma desculpa e nada de emprego e nem da minha mudança. Depois, ela desligou o celular", disse.

A jovem procurou a Polícia Civil de Barra do Garças na quinta-feira (15) e denunciou o golpe. Na delegacia, C. foi informada que o frigorífico Marfrig não atua na cidade há quase dez anos. O desespero de C. foi grande quando percebeu o tamanho do golpe que lhe fora aplicado.

"Eu perdi tudo que eu tinha, ela levou tudo, até as minhas roupas velhas. Eu sinto mais ainda por ela ter levado, até, a única foto que tinha do meu pai e do meu irmão, que morreram de acidente. Até isso, ela me tirou. Vou ficar aqui para ver se encontram algo, se as investigações evoluem. Preciso procurar um novo trabalho e reconstruir minha vida", afirmou C.

C. relata que a golpista levou uma geladeira, fogão, guarda-roupa, uma mesa de vidro, cadeiras, ventilador, máquina de lavar roupa e centrífuga, cama, televisão, DVD, ventilador e outros objetos.

Assim que percebeu que tinha caído em um golpe, C. retornou para Cuiabá e encontrou a kitnet onde morava totalmente vazia. A jovem está recebendo ameaças de morte da golpista e está vivendo em uma casa de apoio da Prefeitura de Cuiabá.

A família de C. é de uma cidade do Norte de Mato Grosso. A jovem mora na capital desde 2008 para estudar e trabalhar.

A investigação do caso, atualmente, é conduzida pelo Cisc Verdão. Policiais disseram ao MidiaNews que as investigações estão adiantadas e tudo leva a crer que a quadrilha já aplicou esse tipo de golpe em outras pessoas, na Capital.
 






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