Mato Grosso reduziu o volume de abate de bovinos no segundo trimestre de 2011 na comparação com o mesmo período de 2010. Entre abril e junho foram 1.044 milhão de animais, representando queda de 2,8% frente ao igual período do ano passado, quando atingiu-se 1.074 milhão. A realidade do estado acompanhou o cenário nacional. No Brasil, o recuo chegou a 7%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).
De acordo com a entidade, apesar da baixa no estado - que detém o maior plantel bovino do país com 28 milhões de animais - Mato Grosso permanece na liderança nacional no abate de bovinos, sendo responsável por 14,8% de toda movimentação nacional. São Paulo é o segundo maior em abate dos animais e concentra 11,7%. Já Mato Grosso do Sul é o terceiro do ranking nacional. Sozinho, abate 11,5% de todo o plantel brasileiro.
A diminuição no número de animais abatidos pelos frigoríficos mato-grossenses fez o peso da carcaça de carne obtida oscilar de 272,9 mil toneladas a 247,9 mil toneladas entre os trimestres de 2010 e 2011, respectivamente. Para o vice-presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), esta redução é comum ao setor.
"Essa variação faz parte de uma oscilação natural de mercado", declarou, em entrevista ao G1. Para o sindicalista, diferentes fatores influenciaram o desempenho das indústrias frigoríficas. Entre eles, as oscilações do mercado verificada nos meses iniciais do ano, como a desvalorização do dólar frente ao real, que refletiu na queda no volume de exportações.
"No segundo trimestre já tínhamos uma pressão significativa do dólar e fomos diminuindo a exportação. O mercado interno tem sustentado bons preços para a pecuária. Porém, ele tem seu limite. Todas as empresas diminuíram as exportações", salientou Paulo Bellincanta.
O supervisor de Pesquisa Agropecuária do IBGE em Mato Grosso, Pedro Nessi Snizik Junior, acentua que o recuo verificado nos abates no estado foram menores em relação aos demais.
"Mato Grosso teve uma queda bem menos acentuada que outros estados e ainda mantemos a liderança nos abates", salientou. De acordo com a pesquisa de abates, somente São Paulo diminuiu em 11,3% o procedimento no período avaliado. Já Mato Grosso do Sul, outros 9,4%.
A diminuição na oferta de animais criados em pasto, que nesta época não são encaminhados para as unidades frigoríficas também está relacionada ao desempenho estadual. "Quem cria gado em pasto não consegue vender nessa época porque não tem pastagem e o animal não está pronto", reforçou.
Oito meses
Se, por um lado, Mato Grosso diminuiu o ritmo dos abates neste segundo trimestre de 2011, o desempenho entre janeiro a agosto revela um cenário superior comparado com os anos anteriores. Em oito meses, o total abatido este ano chega a 3,184 milhões de cabeças, alta de 6,8% e 16,1% quanto ao rebanho abatido no mesmo período dos anos de 2010 e 2009, respectivamente, conforme identificou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Somente em agosto, o abate de bovinos no estado chegou a 477,6 mil exemplares, "o maior volume registrado desde agosto de 2007, quando foram 494,5 mil", cita o instituto em sua análise semanal da bovinocultura. O aumento da oferta de animais, com bois provenientes de confinamentos e semi-confinamentos, contribuiu para o crescimento no número de abates em agosto.
Oferta e demanda
O Instituto Mato-grossense ressalta que o abate no estado foi alcançado "graças ao aumento de 39,4% do volume de machos jovens destinados para este fim, que somaram 217,6 mil animais. Destes, 205,2 mil cabeças na faixa entre 24 e 36 meses".
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