Traficantes presos pela PF faziam trajeto de 80 km a pé
A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira (30) 25 mandados de prisão durante a operação “Noturnos”, deflagrada para desarticular uma quadrilha internacional de tráfico de drogas, que atuava em Mato Grosso. O delegado responsável pelo inquérito, Josean Severo, afirmou que o grupo transportava a cocaína da cidade de San Mathias (Bolívia) até Cáceres (220 km de Cuiabá) a pé. A caminhada de 80 quilômetros era feita pelo menos uma vez por mês.
De acordo com o delegado, o grupo que fazia o transporte da droga era composto de pelo menos cinco pessoas e cada uma transportava cerca de 20 quilos, em mochilas. Uma segunda equipe seguia fazendo a escolta do grupo, que também recebia suporte para alimentação durante o percurso.
Após chegarem ao município de Cáceres o grupo repassava a droga para outra equipe que era encarregada da distribuição para as cidades mato-grossenses e de outros estados. Os transportadores retornavam para a Bolívia de ônibus e todo o trabalho durava entre 10 e 15 dias, informou Severo.
As investigações tiveram início há 14 meses e o delegado não soube explicar a quanto tempo a organização criminosa agia no estado, apenas afirmou que os principais envolvidos são da região. Duas pessoas que foram identificadas como líderes do grupo ainda não foram presas. A PF segue nos trabalhos para tentar cumprir os outros 16 mandados de prisão que ainda estão em aberto.
No decorrer da investigação a PF efetuou outras seis prisões em flagrante fez a apreensão de aproximadamente 390 kg de cocaína, além de material destinado à produção, preparação e transformação de drogas.
Foram identificados ‘ramos’ da organização nos estados de Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Maranhão e São Paulo. A polícia ainda suspeita que possa haver envolvidos na região de Minas Gerais, porém não houve confirmação.
Os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, cujas penas podem chegar a 15 anos de reclusão. No entanto, por se tratar de tráfico internacional de entorpecentes e pelo fato de as ações ilícitas do grupo envolver mais de um estado brasileiro, há previsão de elevação das penas de um sexto a dois terços.
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