Júlio Campos (DEM) alega que dinheiro do imposto financiaria Saúde e Segurança Pública
Deputado defende legalização do cassino e jogo do bicho
O deputado federal Júlio Campos (DEM) é a favor da legalização de cassinos, jogo do bicho e outras modalidades de aposta, como alternativa para o Governo Federal arrecadar mais recursos e investir em setores estratégicos, como a Saúde e Segurança Pública. A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao Midianews.
"O Brasil é o país que mais exporta jogadores de cassino para o Uruguai, Estados Unidos e Europa. Sou a favor da legalização dos jogos no Brasil porque estão funcionando em todas as cidades brasileiras, mas de maneira falsificada. A legalidade vai permitir a geração de emprego e renda e impostos ao Governo brasileiro para investir na Saúde Pública e financiar o SUS (Sistema Único de Saúde)".
Com a experiência de ex-governador e ex-senador, Júlio Campos rebateu a crítica de que cassinos e outros jogos servirão no Brasil exclusivamente para o crime de lavagem de dinheiro.
"Isso é balela! A Receita Federal é tão preparada que vai descobrir quem opera com a lavagem de dinheiro. Se houver a legalização dos jogos no país, poderá ser cobrado imposto caro e permitir desenvolvimento em regiões inóspitas do Brasil, como a Amazônica, a Nordeste e o Pantanal. Todos têm estrutura para receber cassinos", disse.
Júlio Campos é um dos representantes de Mato Grosso que votaram favoravelmente a Emenda 29, aprovada pela Câmara dos Deputados e que determina aos Municípios, Estados e União a investir de 12% a 15% de suas arrecadações tributárias na manutenção da Saúde Pública.
Projeto
Embora seja defensor da legalidade dos cassinos no Brasil, o parlamentar nega apresentar qualquer projeto neste sentido. "Já existem e estão em andamento", justificou.
O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) é o autor do projeto de lei 343/04, que autoriza a exploração de cassinos em hotéis da Região Amazônica e do Pantanal, dispensar o visto de turistas estrangeiros para visitas nas duas regiões e libera a realização de bingo em todo o país.
Na prática, o fluxo de estrangeiros e da jogatina estaria liberado em dez Estados: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
O argumento é que vai "incrementar o fluxo de turistas, com ênfase na preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável". Mozarildo também comentou, na época, que a proibição do funcionamento do jogo de bingo apenas alimenta a clandestinidade.
Segurança
Para Júlio Campos, arte do dinheiro arrecadado com a legalização dos jogos poderia servir para reforçar as fronteiras do Brasil com países da América do Sul e impedir a entrada de drogas e armas.
Em sua visão, não dá para o Governo Federal formular plano de Segurança Pública sem priorizar o reforço das fronteiras, pois a fragilidade na vigilância reflete negativamente em diversos estados brasileiros.
"Essa onda de assaltos e violência não está atingindo somente Mato Grosso, mas todo o Brasil, porque não há controle no combate às drogas e narcotráfico. A fronteira brasileira é por onde entra drogas e armas que financiam a criminalidade. É inadmissível que não se tenha uma participação efetiva da Polícia Federal, Guarda Nacional e as tropas do Exército Brasileiro", disse.
Conforme dados do Gaeco (Grupo Armado de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), 70% da cocaína que abastece o Brasil entram pela fronteira do município de Cáceres com a Bolívia. Por outro lado, a proximidade de Mato Grosso do Sul com o Paraguai favorece o contrabando de armas.
Mais impostos
Além de pregar a legalização de cassinos para o Governo Federal arrecadar mais impostos e investir no social, o deputado Júlio Campos defendeu o aumento na taxa de impostos aos bancos e aos produtos considerados supérfluos.
"A carga tributária em cima do lucro bancário é menor do que é cobrado em qualquer cidadão comum, que, injustamente, trabalha para contribuir mais do que o banqueiro. Também tem que aumentar impostos em produtos supérfluos como caviar, whisky, vinho, carros importados, viagens ao exterior e compras de luxo feitas por madames", disse.
A redução nos gastos para manutenção da máquina pública também foi defendida pelo parlamentar.
"Um grupo de deputados e senadores pensa de que podemos carrear recursos para o social cortando o excesso de gastos públicos que impera atualmente no Brasil como a redução dos cargos comissionados", completou o democrata.
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