Assembleia Geral da AIR discute liberdade de expressão em Lima

Cerca de 150 representantes de emissoras de rádio e televisão das Américas, da Ásia e Europa estão reunidos em Lima, no Peru, para a 41ª Assembleia Geral da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR). O encontro, que começou no domingo à noite, é realizado uma vez ao ano e analisa a situação da liberdade de imprensa nos países representados.
Até a quarta-feira (5), serão debatidos também direitos autorais, tecnologia e uso do espectro radioelétrico. Alguns temas sobre os quais a AIR e entidades associadas se manifestaram durante o ano vão inspirar moções de repúdio.

Presidida pelo chileno Luis Pardo Saínz, a AIR representa 17 mil emissoras de rádio e televisão. Saínz defende maior eficácia na investigação de crimes contra jornalistas. “Tão importante quanto agravar as penas é garantir a investigação, o esclarecimento e a identificação dos responsáveis”, afirmou. “Em boa parte dos casos, no continente latino-americano, não temos resultado nas investigações.” Saínz cobra maior compromisso dos governos e do Poder Judiciário para o esclarecimento desses crimes. Relatório - A Abert, entidade brasileira de radiodifusão, apresentará um relatório sobre a situação de liberdade de expressão no país.

O informe revela cinco casos de assassinatos de jornalistas ocorridos entre maio e setembro deste ano. O Brasil é o segundo país em número de homicídios cometidos contra profissionais de imprensa neste período, atrás apenas do México. O documento relata ainda ameaças, atentados e censura prévia decorrente de decisão judicial. O caso mais recente impediu os veículos do Grupo RBS, do Rio Grande do Sul, de citarem o nome de um vereador envolvido em escândalo de mau uso de diárias.

Representam a Abert o diretor-geral do SBT em Brasília, Daniel Slaviero, e o vice-presidente de Relações Institucionais e Jurídico do Grupo RBS, Paulo Tonet Camargo, ambos conselheiros da entidade.