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Cidades
Segunda - 03 de Outubro de 2011 às 18:51

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Encerramento de competições e shows, finais de campeonatos de futebol, festas de aniversário, Natal e Fim de Ano. O povo já se acostumou com apresentações pirotécnicas de encher os olhos de alegria. O problema é que, quando atingem realmente os olhos, os fogos de artifício podem causar perda de visão unilateral. Em 3,5% dos casos, de acordo com o United States Eye Injury Registry – órgão que reúne dados de todos os estados americanos acerca de acidentes oculares –, as vítimas ficam completamente cegas. Detalhe: cerca de 20% dos acidentes afetam os olhos e 65% deles ocorrem em ambiente familiar, com pais, filhos e amigos reunidos.

“Ainda que parcial, a perda da visão devasta completamente a vida das pessoas – tanto da vítima, quanto de seus parentes mais próximos – que levam tempo para aceitar os fatos e se acostumar com a nova realidade. O pior é saber que tudo não passou de uma bobagem que poderia ter sido evitada”, diz o doutor Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo. 

No Brasil, assim como em diversos países em desenvolvimento, esse tipo de ocorrência atinge mais a população masculina e jovem. Crianças com menos de 15 anos, que normalmente são levadas pelos pais para ver o espetáculo das luzes explodindo no céu, são as vítimas mais frequentes. O tipo que explode em faíscas de vários formatos e cores – levando o nome de estrelinha, rabo de pavão, turbilhão ou mesmo buquê de flores – costuma ser o preferido dos mais jovens, mas responde por 10% das queimaduras.

Apesar da falta de segurança, as pessoas parecem não abrir mão desse tipo de diversão. Por essa razão é que, além de haver uma regulamentação mais rígida para os fogos de artifício, é preciso saber o que fazer em caso de acidentes. O especialista aponta sete medidas fundamentais em caso de acidentes:

1.      Busque socorro médico imediatamente após o acidente, nada de tratar em casa;
2.      Procure tranquilizar a vítima o máximo que a situação permitir;
3.      Quando um ou ambos os olhos forem atingidos, faça o possível para a pessoa não esfregar os olhos. Pressionar o local afetado costuma provocar mais danos do que benefícios;
4.      Evite lavar a região afetada, porque, apesar de muito comum, atitudes como essa só pioram o quadro;
5.      Igualmente, esqueça pomadas e cremes que só dificultarão ainda mais o trabalho do socorrista;
6.      Providencie uma espécie de escudo para proteger os olhos até chegar ao pronto-socorro oftalmológico. Nessas situações, é válido contar até com o auxílio de uma xícara de plástico ou o fundo de uma embalagem pequena de leite;
7.      Não dê remédios para dor à vítima sem conhecimento. Alguns componentes costumam afinar o sangue e podem desencadear uma hemorragia.

Neves chama atenção para o uso dos óculos de proteção. “Esses óculos transparentes de segurança, utilizados por universitários ou profissionais, podem não evitar 100% dos incidentes com os olhos, mas são de grande valia. Eles certamente previnem as ocorrências mais graves, como a perda parcial ou total da visão. Sendo assim, sempre que for assistir a um show de pirotecnia, carregue seus óculos de proteção. Vale ressaltar, ainda, que óculos de grau ou de sol não oferecem proteção alguma nesses casos, podendo quebrar e tornar o acidente ainda mais grave”.
 






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