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Educação
Terça - 04 de Outubro de 2011 às 18:09
Por: Ericksen Vital

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Arquivo G1
Proposta de criação de cota tem dividido opiniões de professores e alunos
Proposta de criação de cota tem dividido opiniões de professores e alunos
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) decidiu nesta terça-feira (4) adiar a votação do projeto da reitoria que prevê a destinação de 50% das vagas da instituição para alunos oriundos de escolas públicas. Os conselheiros devem se reunir novamente no dia 30 de outubro deste ano para definir se UFMT vai recusar ou adotar o sistema de cota para acesso ao nível superior.

O vice-reitor da Universidade, Francisco Souto, disse que os conselheiros adiaram a votação em virtude da complexidade das discussões. “Os vários representantes conselheiros colocaram suas posições, algumas posições de suas unidades acadêmicas, mas uma maioria solicitou mais tempo para a discussão. Eles entendem que o assunto é de fato muito polêmico e que precisam de um aprofundamento”, explicou Souto.

A reitoria acredita que a decisão possa legitimar uma realidade já vivenciada na universidade. Segundo dados da UFMT, ao menos 56% dos 24.528 acadêmicos da instituição eram alunos que concluíram o Ensino Médio em escolas públicas. Contudo, a cota, segundo a reitoria, diminuiria uma distorção em relação aos cursos mais concorridos, como medicina e direito, que possuem respectivamente apenas 7% e 20% dos alunos oriundos de escolas públicas.

Esta não é a primeira vez que a UFMT discute a criação de um sistema de cota. Segundo o vice-reitor, o Consepe aprovou em 2003  a criação de sistema de vagas baseado em questões étnicas e socioeconômicas. “No entanto, ela [a cota] só foi estabelecida de fato muito timidamente apenas em relação a questão indígena, que é um programa que tem acontecido na UFMT”, comentou. Os outros chamados “recortes” não foram implementados.

O vice-reitor explicou que na atualidade existe uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para que a discussão sobre as cotas socioeconômicas fossem retomadas neste ano, que está sob análise do Consepe.

Só que a reserva de vagas não agrada a todo o corpo docente da instituição. O professor da UFMT, Roberto Boaventura, disse que a cota não deve ser implementada por dois motivos: por ir contra questões constituições e por apenas solucionar paliativamente, segundo ele, a falência do sistema educacional público brasileiro. “O problema será resolvido a partir de uma ampla mobilização da sociedade brasileira exigindo dos governos federal e estadual a qualidade do ensino e a valorização do professor. Enfim, são medidas estruturais e não meramente pontuais”, declarou.

Entenda da cota
A UFMT destina atualmente 100% das vagas para alunos que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Caso a cota seja aprovada pelo Consepe, os estudantes de escolas públicas vão ter direito a 30% das vagas já na próxima seleção pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que é gerenciado pelo Ministério da Educação. No ano de 2013, o percentual deve aumentar para 40%, e em 2014 passará para 50%, conforme prevê a proposta em análise na UFMT.





Fonte: Do G1 MT

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