A partir das imagens gravadas por um cinegrafista amador que foram exibidas na íntegra durante o julgamento para que as testemunhas pudessem identificar as pessoas através do vídeo, Valdemir foi considerado responsável por jogar uma substância inflamável nas vítimas. Em seguida, outros populares colocaram fogo nos corpos.
Mais de 50 testemunhas de acusação e de defesa foram intimadas a depor pelo juiz titular da Comarca do município, Tiago Souza Nogueira de Abreu. Dois dos quatro réus, que também enfrentaram o júri, foram absolvidos. Já o quarto acusado alegou, por meio do advogado dele, que não compareceu ao local porque não havia sido notificado pela Justiça. Por isso, será remarcada uma nova data para o júri do quarto réu.
No próximo dia 10, outras cinco pessoas serão julgadas. Ao todo, são 18 acusados de linchar os três homens após eles terem invadido a residência de uma família tradicional do município com o intuito de roubar jóias e ouro. Ivacir Garcia dos Santos, 31 anos, Arci Garcia dos Santos, 28 anos, e Osvaldo José Bachinan, 32 anos, mantiveram reféns por mais de 15 horas duas mulheres, sendo que uma delas estava grávida, e quatro crianças. Porém, eles decidiram se entregar à polícia com a garantia de que não sofreriam agressão, mas quando deixaram a casa foram espancados e, em seguida, morreram queimados.
A promotora Daniele Crema da Rocha disse que a intenção do Ministério Público Estadual (MPE), autor da ação penal, é melhorar a imagem de Matupá após a tragédia. "Acreditamos que com a decisão dos jurados nós vamos conseguir reverter essa imagem de que Matupá é uma cidade que não há lei e que as pessoas fazem Justiça com as próprias mãos", pontuou.
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