Olimpíada-16 está mais avançada que Copa-14, afirma Odebrecht
O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, mostrou forte preocupação com a escassez de mão de obra qualificada no país e afirmou que, "se bobear, as [obras das] Olimpíadas [de 2016] ficam prontas antes [das] da Copa [de 2014]".
Os comentários foram feitos durante um debate sobre as oportunidades que os grandes eventos esportivos oferecem para a iniciativa privada no Rio de Janeiro, em seminário promovido pela revista "Exame" na tarde desta quarta-feira.
"A Copa é uma coisa mais dispersa, uma distribuição de responsabilidades que não é clara. No caso da Olimpíada, o planejamento veio antes das obras, o que não aconteceu com a Copa", disse Odebrecht, cuja empresa participa tanto de projetos olímpicos, como a revitalização da zona portuária do Rio, quanto da construção de estádios para a Copa.
"Tudo que está acontecendo no Rio eu não sei se aconteceria sem a Olimpíada."
Odebrecht afirmou que a demanda por infraestrutura no Brasil continuará grande nos últimos anos, até porque as obras para a Copa não ficarão todas prontas a tempo.
"A questão da mão de obra qualificada vai continuar sendo o grande gargalo do Brasil. A gente chegou a um ponto tal de falta de mão de obra que não dá para fazer mais. Não temos problema de projeto para fazer, temos é falta de capacidade para fazer. A gente tem que investir em educação, educação, educação", disse.
O empresário afirmou que "a cadeia produtiva não está suportando" a demanda por novos projetos. "Quem comprou apartamento recentemente sabe, recebeu com atraso e má qualidade".
Ele reclamou ainda de um fenômeno de "inchamento salarial", "o aumento salarial desprovido de aumento de produtividade".
Representante do governo no debate, o diretor de Inclusão Social e de Crédito do BNDES, Élvio Gaspar, disse que a questão de qualificação de mão de obra está sendo equacionada por programas como o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego). O diretor-executivo da agência municipal Rio Negócios também citou investimentos de universidades estrangeiras na cidade do Rio e o fato de que UFRJ e PUC-RJ devem dobrar de tamanho nos próximos cinco anos.
Odebrecht retrucou que estava preocupado justamente sobre o que aconteceria nos próximos quatro, cinco anos --período no qual acontecerão Copa e Olimpíada.
O diretor do BNDES minimizou ainda a preocupação exposta pelo empresário com a realização da Copa. "Tem um escarcéu pela imprensa que não é muito verdadeiro. Todos os estádios estão andando, um ou outro um pouco mais atrasado. E eu não tenho dúvida de que nós vamos fazer uma grande Copa."
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