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Polícia
Sexta - 07 de Outubro de 2011 às 06:37
Por: LISLAINE DOS ANJOS

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MidiaNews
Os cinco bandidos que assaltaram as chácaras de desembargador e procurador, no Distrito da Guia
Os cinco bandidos que assaltaram as chácaras de desembargador e procurador, no Distrito da Guia

A Polícia Civil prendeu, nesta quinta-feira (6), os bandidos que assaltaram as chácaras do desembargador Manoel Ornelas e do procurador aposentado Miguel Perri, tio do desembargador Orlando Perri.

O assalto ocorreu no Distrito de Nossa Senhora da Guia (27 km ao Norte de Cuiabá), no final da manhã de quarta-feira (5).

Os policiais descobriram que os bandidos queriam roubar a mulher do desembargador Ornellas, que iria pagar salários de funcionários. Como não foi possível, resolveram roubar as duas chácaras, que são vizinhas.

Demonstrando truculência, os ladrões agrediram o caseiro e o dono de outra chácara, Miguel Perri. Em seguida, roubaram televisores, dinheiro, joias e aparelhos de som. Todos os objetos foram recuperados, em uma ação chefiada pelo investigador Luciano Testa.

Na fuga, os ladrões levaram dois veículos, sendo um Peugeot e um Pálio - este último foi abandonado ainda na propriedade rural, após baterem numa árvore. O Peugeot também foi recuperado, na tarde de hoje, abandonado no bairro Sucuri, zona rural de Cuiabá.

No bairro, foram presos Fabrício Ivo da Silva, 19, ex-funcionário da chácara do desembargador Ornellas e que planejou toda a operação, e Willian Moreira da Costa Vieira, 18.

Outros três integrantes da quadrilha foram presos nos bairros São Mateus e Jardim Eldorado, em Várzea Grande. São eles: José Edson Patrício da Silva, 31, conhecido como "Cachorrão"; Alex da Conceição, 18; e Antônio Benedito, 19, vulgo "Nenê".

Com eles foram apreendidas uma pistola, um revólver e uma espingarda com munições, além dos produtos roubados das chácaras.

Segundo o delegado Wilton Massao Ohara, da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos, os cinco foram indiciados por roubo qualificado, formação de quadrilha, cárcere privado, posse ilegal de arma de fogo.

O assalto

Quatro homens armados com revólveres e pistolas invadiram as duas chácaras e fizeram um verdadeiro arrastão, rendendo funcionários e proprietários. Na chácara do desembargador, o clima foi de terror para a família do caseiro, que foi torturado durante quase cinco horas.

Os bandidos chegaram ao local às 5h da manhã, renderam a família e somente partiram para a propriedade de Miguel Perri por volta das 9h30.

Muito machucado, o caseiro da chácara de Ornellas afirmou ter levado socos e coronhadas, enquanto os bandidos pediam por armas e dinheiro que diziam estar escondidos na residência.

A violência contra o funcionário só foi interrompida a pedido das filhas do casal. No entanto, os bandidos aproveitaram para obrigar as três meninas, com idades de 12, 15 e 16 anos, a fazerem poses para e com os bandidos, que registraram tudo pelas câmeras de um celular.

Os assaltantes chegaram a retirar os gorros que usavam para sairem nas fotos também, inclusive, abraçando as meninas.

Segundo a mãe, D. G. M., nada pior foi feito com as filhas a pedido de Fabrício, que conhecia a família e não participou da ação dentro da primeira chácara, porque sabia que poderia ser reconhecido.

"Eles ficavam repetindo que não era pra machucar as meninas, porque tinham avisado para não fazer isso. Mas falavam bobagens, colocaram som alto", disse a vítima.

Ao chegarem na outra propriedade, os ladrões agrediram Miguel Perri, 73, a coronhadas. O procurador aposentado também teve os dentes quebrados e passou momentos de medo, quando um dos bandidos colocou uma arma em sua boca. Perri teve que ser medicado.

Segundo um amigo do procurador, C. E. P, que estava visitando a propriedade, a abordagem foi violenta e, além de Perri, o caseiro da propriedade também recebeu coronhadas fortes, tendo levado pontos na cabeça. A própria visita também recebeu murros na cabeça e chutes no ombro.

Medo

A sensação de insegurança tomou conta das famílias, que não sabem dizer se irão retornar ao local. Segundo a Polícia, esses arrastões são frequentes em chácaras da região.

Todos os envolvidos tem passagens pela polícia, que vão desde porte ilegal de armas até tentativa de homicídio. Ao todo, eles fizeram quase 10 vítimas nas duas propriedades.

Após ser preso, Fabrício acabou "denunciando" os demais comparsas. Foi ele quem armou todo o arrastão, afirmando que era dia de pagamento dos funcionários.

Reclamação

O investigador Luciano Testa, que chefiou as operações, afirmou que a prisão dos bandidos ocorreu de maneira rápida, graças à eficiência da Polícia, motivada pela violência usada contra as famílias.

Testa contestou que a Polícia tenha agido rapidamente por se tratar de pessoas influentes. "Nos empenhamos por causa da violência", disse o investigador.

Ele aproveitou para reclamar da escassez de armas, viaturas e agentes qualificados nas delegacias, para que todos os crimes possam ser solucionados com a mesma rapidez.

Na Delegacia de Roubos e Furtos, por exemplo, Testa diz contar com apenas duas viaturas e uma equipe operacional de apenas sete homens.






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