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Nacional
Sexta - 07 de Outubro de 2011 às 12:59

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O Sistema Único de Saúde (SUS) vai oferecer tratamento preventivo para hemofílicos de todo o país a partir de dezembro, segundo informações do Ministério da Saúde. Atualmente, os hemocentros atendem por demanda e distribuem fator coagulante no caso de acidentes.

O país tem 11 mil hemofílicos, de acordo com o Ministério da Saúde. Essas pessoas quase não têm o fator de coagulação do sangue, uma proteína que o organismo produz para conter hemorragias.

"Nós estamos, a partir de dezembro, garantindo para todos os hemofílicos do Brasil o tratamento profilático. Estamos garantindo. Estou dizendo isso por quê? Porque eu tenho licitado e, dessa licitação de 680 milhões de unidades, 400 milhões contratadas com a indústria”, disse Guilherme Genovez, coordenador de sangue e hemoderivados do Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde alega que teve dificuldades para comprar o remédio no exterior, mas que a rede pública passará a receber 50 milhões de doses por mês.

O tratamento profilático com a aplicação preventiva do fator coagulante é considerado pela comunidade científica de eficiência máxima, o que levaria o hemofílico a ter uma vida praticamente normal. Pelas leis brasileiras, não se pode comprar esse tipo de medicamento em farmácia. O Estado detém o monopólio da distribuição.

A distribuiçao do fator coagulante para tratamento profilático é uma cobrança do Ministério Público. "Hoje, o Ministério da Saúde já finalizou diversos pregões, diversas licitações e tem remédio mais do que suficiente. Entretanto, não sei por que, essa política pública não é implementada. O remédio não chega na ponta. O remédio não chega nas pessoas. Eu entendo que isso é ineficiência da gestão”, aponta o procurador Marinus Marsico.

"O Estado assina uma sentença de morte aos hemofílicos", completa Marinus Marsico, procurador do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU). Para ele, o Brasil teria condições imediatas de salvar todos os hemofílicos.

Conforme a Federação Brasileira de Hemofilia, o tratamento preventivo desde a infância garante às crianças a inserção social e as condições necessárias para o desenvolvimento.

Para o hemofílico, uma simples queda pode levar à morte. "Um caiu da bicicleta, se machucou e morreu no hospital com hemorragia. O outro também morreu por causa da hemofilia", diz o aposentado Edileno Moreira sobre os irmãos, que eram hemofílicos.

Até o começo deste ano, o Distrito Federal distribuía o fator coagulante para tratamento profilático, o que atraia pessoas de todo país para Brasília. Mas um novo protocolo do Ministério da Saúde limitou as remessas em três doses por paciente.

Há sete anos Patrícia, que mora na Bahia, vai para Brasília pegar remédios para o filho pequeno, que é hemofílico. Mas, com a nova portaria, passou a ter dificuldades.

A hematologista Jussara Santa Cruz de Almeida questiona a limitação. "E o medo de perder a medicação? Mas é um medo, é um pânico. Tem mãe que usa um artifício assim: mesmo quando não tinha o medicamento em outras épocas, ela punha a caixinha vazia para o menino saber que tinha, porque isso era uma segurança. Então, para que eu vou limitar?" .


 

 

 






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