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Ciência
Sábado - 08 de Outubro de 2011 às 08:12

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O iPad pode ajudar a melhorar os resultados dos tratamentos de crianças com deficiência visual cortical (DVC), um transtorno neurológico grave causado por um dano cerebral que as impede interpretar a informação visual que recebem, segundo um trabalho de campo publicado na quinta-feira (6).

A intervenção antecipada na vida das crianças que padecem desta incapacidade é fundamental, afirmam os pesquisadores da Universidade do Kansas, já que, com as técnicas adequadas, a visão pode melhorar com o passar do tempo --e o iPad poderia ter um papel "crucial" neste processo.
 
Esta deficiência pode se manifestar desde o nascimento e sua gravidade depende do tipo de lesão do paciente, mas sempre requer cuidados específicos e uma educação especial.
 
Muriel Saunders do Life Span Istitute da Universidade do Kansas, especializado em pacientes com incapacidades, utilizou os tablets da Apple em seu trabalho terapêutico com um grupo de 15 crianças. "Ficamos totalmente surpresos", comentou.
 
"As crianças que normalmente não veem as pessoas, não respondem a objetos ou respondem de uma maneira muito repetitiva, ficaram fascinadas com o iPad", destacou a médica, que ajuda a desenvolver as habilidades da linguagem nos pequenos pacientes.
 
Tradicionalmente os terapeutas que tratam estas crianças usam uma caixa de luz, similar a que os médicos empregam para ver uma radiografia, já que é mais fácil ver as luzes e os objetos em alto contraste.
 
"Uma pessoa com DVC grave passa muito tempo olhando para as luzes. Embora não distingam com clareza, pode ser que vejam algo, mas não veem os rostos ou os objetos. Portanto, é como se fossem cegos", explicou Muriel.
 
A médica seguiu a sugestão de um de seus colaboradores de usar o iPad como réplica da caixa de luz e descobriram que as possibilidades de interagir com sons e cores são muito mais atrativas para as crianças.
 
Por enquanto estão sendo utilizados alguns aplicativos simples para que, tocando a tela, apareçam sons, imagens e silhuetas de cores sobre um fundo branco.
 
Muriel frisou que esta é apenas uma pequena amostra e ainda falta uma pesquisa formal para documentar o poder do iPad para ajudar estas crianças.
 
"Usando o iPad, os meninos não só podem interagir com a tela, mas podem aprender por meio de uma série de passos a controlar as coisas nessa tela", considerou a médica, que agora procura financiamento para realizar uma pesquisa mais profunda.
 
Durante os testes iniciais, Muriel contou com a colaboração de especialistas do Junior Blind of America, uma instituição que se dedica a trabalhar com crianças cegas.




Fonte: Da Efe

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