A previsão é do Conselho Tutelar do município. O órgão entendeu que a avó materna das crianças, que havia pedido a guarda delas, não possui estrutura financeira e psicológica para ficar com as netas. A conclusão se deu após os conselheiros visitarem o local onde a avó mora em Poconé, a 104 quilômetros de Cuiabá, e analisar o ambiente em que a família vive.
As crianças também não poderão permanecer sob os cuidados dos pais, como informou ao G1 a conselheira tutelar Adriana Cândida Batista Prazer, que acompanhou o caso.
Segundo ela, ficou constatado após a realizado de um trabalho psicológico que os pais não possuem condição nenhuma de permanecer com as meninas ao citar que as crianças choraram quando viram o pai no Conselho. "Elas se assustavam toda vez que o pai chegava perto", contou. Com isso, agora caberá à Justiça definir o futuro das meninas.
As crianças estão abrigadas depois de terem sido encontradas trancadas sozinhas em uma casa, com fome e sede. O crime foi descoberto pela Polícia Militar por meio de denúncias feitas pelos vizinhos, que informaram que com frequência ouviam gritos e choro das crianças quando os pais estavam em casa. Uma delas tinha um hematoma nas costas.
Um dia depois de as filhas terem sido levadas, os pais foram até o conselho e alegaram que tinham saído de casa para comprar lençóis e que iriam deixá-las trancadas por um curto período. Em depoimento à delegada Juliana Palhares, da Delegacia Especializada da Defesa da Mulher, da Criança e do Idoso de Várzea Grande, o pai afirmou que o hematoma na menina de dois anos teria sido causado acidentalmente quando tentou atingir um gato com um cinto que acabou acertando a filha.
Os pais serão indiciados por abandono de incapaz, segundo a delegada Daniela Maidel. A pena para este tipo de crime varia de 6 meses a três anos de prisão.
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