Mantega mostra preocupação com desaceleração da China
O ministro Guido Mantega (Fazenda) se mostrou mais pessimista com a crise financeira nesta segunda-feira e afirmou que o Brasil poderá ser afetado pela crise europeia caso a China sofra uma desaceleração maior na sua economia.
Segundo ele, o governo se preocupa porque o país asiático é o principal parceiro comercial brasileiro.
"O perigo é que com essa contração da economia mundial, que vai suceder essa crise, os países emergentes dinâmicos, como a China, sejam afetados. Temos que torcer para que a economia chinesa não tenha uma desaceleração, porque aí, sim, nos afeta", afirmou o ministro.
Mantega passou mais de cinco horas reunido hoje com a presidente Dilma Rousseff. Pela manhã, ela teve uma reunião fechada com Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
À tarde, Mantega voltou ao Planalto para participar da reunião de coordenação de governo.
Segundo Mantega, o "contágio" brasileiro poderia acontecer caso o comércio exterior do país fosse afetado. "Países que exportam mais produtos manufaturados já são afetados pela falta de crédito", disse.
O ministro, que viaja nesta terça-feira a Paris para participar das reuniões preparatórias ao encontro do G-20, no início de novembro, afirmou que os Brics irão ajudar a Europa via FMI (Fundo Monetário Internacional).
"Não é só uma crise da economia europeia, é uma crise que é mundial, ela se estende a todo mundo, todo mundo está envolvido nela. Convém que a gente ajude a achar soluções", disse.
E voltou a criticar os europeus. "A Europa sempre demora para dar soluções e quando elas vêm elas já chegaram tarde e aí você precisa tomar mais medidas para dar conta".
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